Economia Brasileira

O BNDES prevê desembolsos de até R$ 120,8 bilhões este ano e R$ 136,2 bilhões em 2010. No ano passado, o banco emprestou R$ 92,2 bilhões. "A liberação de R$ 120,8 bilhões neste ano será o pior cenário, pois significa aumento do papel do BNDES na concessão de créditos: o banco vai ter de fazer o que o mercado não está fazendo", disse o presidente da instituição, Luciano Coutinho. Ele afirmou que os valores previstos representam o teto das estimativas da instituição. O BNDES, no entanto, admite que os desembolsos podem ser menores caso o mercado de crédito privado se normalize. Recentemente, o governo garantiu ao BNDES reforço de R$ 100 bilhões. (Jornal do Commercio – 30.01.2009)

A crise global atingiu em cheio a atividade da indústria no 4o trimestre de 2008. Sondagem da CNI junto a 1.407 empresas, entre os dias 5 e 26 de janeiro, mostra que os três últimos meses do ano registraram o pior desempenho desde o 1T99. O índice de atividade na sondagem ficou em 40,8 pontos no 4o trimestre, com expressiva redução em relação aos 57,8 pontos do 3T08 e também ante os 59 pontos do 4T07. A pontuação vai de zero a 100 e números inferiores a 50 indicam retração. O dado referente ao emprego na indústria também recuou, de 54,4 pontos no 3T para 44 pontos no 4T08. A CNI detectou que houve no último trimestre do ano passado um acúmulo de estoques - o índice subiu de 51,5 pontos no 3o trimestre para 53,5 pontos no 4o trimestre. As expectativas para o primeiro trimestre deste ano mostram deterioração na atividade industrial. O índice que mede a expectativa dos empresários sobre a demanda nos próximos seis meses caiu de 53,5 pontos em outubro para 39,7 pontos em janeiro. (Jornal do Commercio – 30.01.2009)

O governo divulgou ontem a previsão de que a dívida pública federal fechará o ano entre R$ 1,450 trilhão e R$ 1,6 trilhão. No ano passado, a dívida federal somou R$ 1,4 trilhão, o dobro da arrecadação do governo federal no mesmo período. O secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, disse que um dos motivos para o aumento da dívida neste ano será o empréstimo de R$ 100 bilhões do governo ao BNDES. O Planalto ainda não anunciou quanto do empréstimo virá da emissão de títulos e quanto do recurso em caixa, que normalmente é usado para abater a dívida pública e reduzir o pagamento de juros. Uma das preocupações deste ano é a volatilidade no mercado de títulos públicos por causa da crise. Quanto mais volátil o mercado, maiores são os juros pedidos pelos investidores. "Não projetamos volatilidade alta, mas temos que estar preparados para isso", disse o secretário. Segundo ele, um dos objetivos da administração da dívida é reduzir os custos de financiamento do governo. (Folha de São Paulo – 30.01.2009)