O quadro de recessão, cujo conceito mais adotado é o de dois trimestres consecutivos com retração do PIB, não deve ocorrer no Brasil, apesar do forte ajuste ocorrido nos últimos três meses do ano passado. Essa é a principal conclusão de um estudo do Ipea divulgado ontem pelo diretor de Estudos Setoriais, Marcio Wohlers. O documento intitula-se "Crise Internacional: reações na América Latina e canais de transmissão no Brasil" e afirma que "prevalecem dúvidas sobre o ritmo da produção em 2009, indicando a importância vital das ações governamentais para amenizar/interromper os canais de transmissão da crise internacional". Segundo o que apurou o Ipea, em janeiro também teve crescimento de 1% no consumo de energia elétrica em relação a dezembro, mas parte dessa variação pode ser explicada por fatores sazonais. Na comparação com janeiro de 2008, a queda é de 2,7%. Para ver o estudo acesse: Comunicado da Presidência nº 16 - Crise Internacional: reações na América Latina e canais de transmissão no Brasil (Valor Econômico - 19.02.2009)
Quinta, 19 de fevereiro de 2009
Ipea descarta hipótese de país entrar em recessão
Carga tributária recorde vai a 36,54% do PIB
Com 36,54%, um ponto acima de 2007, a carga tributária em relação ao PIB bateu novo recorde no ano passado. Estudo do IBPT usou como referência a arrecadação de R$ 1,056 trilhão para um PIB estimado em R$ 2,890 trilhões. O aumento de um ponto percentual ficou dividido em 0,52 ponto para os tributos federais, 0,35 para os estaduais e 0,13 para os municipais. Para este ano, o IBPT avalia que a arrecadação tributária está em declínio, a exemplo do PIB. "Muitas prefeituras já sentem o impacto da queda da arrecadação, e penso que as coisas piorarão a partir de abril para o caixa dos governos. A lógica do contribuinte se inverteu: nos tempos de crescimento se mantinham os tributos em dia e se pagavam parte dos tributos em atraso, mesmo porque havia crédito bancário farto até para isso", diz Gilberto do Amaral, presidente do IBPT. (Folha de São Paulo - 19.02.2009)