O presidente Lula afirmou que "jamais" tomaria qualquer medida que prejudicasse as pessoas que investem na caderneta de poupança. Segundo Lula, a alteração na caderneta é um assunto que a equipe econômica vai discutir no momento devido. Um anúncio do PPS afirma que, a exemplo do que fez o governo Collor, o governo vai mexer na caderneta. "O que essas pessoas não entendem é que o povo brasileiro me conhece, sabe do meu comportamento e das minhas atitudes. E sabe que eu jamais iria tomar qualquer medida que pudesse prejudicar as pessoas que investem na poupança". Questionado se a mudança na rentabilidade da poupança não seria inevitável após a queda da taxa de juros, Lula afirmou que a redução da Selic é uma reivindicação da sociedade há anos. "No dia em que a gente tiver o "spread" bancário e o juro compatíveis com os países mais desenvolvidos do mundo, uma pessoa que tem dinheiro, em vez de investir em título, vai investir ou na Bolsa ou na produção de alguma coisa. Aí é muito melhor para o país", disse. (Folha de São Paulo – 01.05.2009)
Segunda, 4 de maio de 2009
Lula afirma que jamais tomaria medida contra poupadores
Poupança deve mudar até junho, afirma ministro
As novas regras de remuneração para a caderneta de poupança já deverão estar valendo até a próxima reunião do Copom, que será realizada nos dias 9 e 10 de junho, de acordo com o ministro da Comunicação Social, Franklin Martins. Com a tendência de queda da taxa de juros desde janeiro, o rendimento da poupança começa a ser superior ao de títulos privados como o CDB. Com isso, o governo teme que a poupança atraia grande números de investidores. Segundo Martins, o governo não decidiu como será feita a limitação. "Se não houver consenso, o presidente arbitrará". Entre as possibilidades, uma opção é a de indexar a poupança à Selic. Isso traria o benefício de acompanhar a queda dos juros. "Mas, se a taxa voltar a subir, teria que mexer de novo nas regras". Outra opção seria a tributação por faixas, caso em que quanto maior for o montante, menor será o rendimento. (Folha de São Paulo – 02.04.2009)
Ganho da poupança já supera alguns fundos
A nova redução na Selic estreitou ainda mais a diferença dos ganhos dos fundos que pagam juros e a caderneta de poupança. No atual cenário, apenas os fundos que cobram as taxas de administração mais baixas conseguem ainda bater a poupança. Estudo realizado pelo economista José Dutra Vieira Sobrinho mostra que somente os fundos de investimento que cobram taxa de administração máxima de 1,5% conseguem dar rentabilidade líquida igual ou maior que a oferecida pela poupança. Para o pequeno investidor, a notícia não é boa: os fundos dedicados a investidores de baixo poder aquisitivo costumam cobrar taxas mais elevadas, que costuma oscilar em uma faixa entre 2% e 3%, podendo chegar a 4%. Ou seja, o temido cenário de risco de migração de recursos dos fundos para a poupança é mais real do que nunca. Como a expectativa do mercado é a de que a taxa básica de juros vai seguir em queda, o retorno dos fundos irá encolher ainda mais. (Folha de São Paulo – 04.05.2009)