O segundo trimestre trouxe uma ligeira melhora na economia e no sistema financeiro. Essa foi a avaliação feita ontem durante a reunião de coordenação política, da qual participam o presidente Lula e os principais ministros. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, ao relatar a reunião, frisou que os sinais de melhora não indicam que "os problemas tenham sido superados". No front interno, há uma reação da economia alimentada principalmente pelos incentivos dados pelo governo, como o corte do IPI dos automóveis, eletrodomésticos e materiais de construção. Mantega, porém, descartou cortar o IPI em outros setores. "O que observamos é que no segundo trimestre deste ano a economia brasileira está se recuperando do impacto do fim do ano passado, e isso já está tendo influência no crédito, que começa a se recuperar. Mas ainda não é o crédito desejado." O ministro observou que as taxas de juros estão caindo, mas ressalvou que ainda não chegaram ao nível necessário. (O Estado de São Paulo – 05.05.2009)
Terça, 5 de maio de 2009
Governo vê ligeira melhora da economia no 2º trimestre
Mercado reduz estimativa de queda do PIB
O mercado financeiro melhorou as suas projeções para o crescimento da economia, mas está um pouco menos otimista sobre a evolução da inflação, mostra a pesquisa de expectativas feita pelo BC com cerca de cem analistas econômicos. Agora, os economistas do setor privado esperam uma retração de 0,3% do PIB em 2009, ante retração de 0,39% projetada uma semana antes. Há duas semanas atrás, os analistas do mercado financeiro esperavam uma retração de 0,49%. Os analistas econômicos também pioraram suas projeções para a evolução da dívida líquida do setor público: a expectativa é que o indicador termine o ano em 37,45% do PIB, acima dos 37,17% do PIB projetados uma semana antes. A piora ocorre depois de o governo ter anunciado a redução, de 3,8% para 1,5% do PIB em 2008. Se as projeções do mercado estiverem correntes, a dívida líquida vai aumentar em relação aos 36% do PIB observados em 2008. (Valor Econômico – 05.05.2009)
Mantega: Selic pode cair sem riscos para a poupança
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que ainda há espaço para novas reduções na taxa Selic. O Copom diminuiu a taxa básica de juros em suas três últimas reuniões. Ao todo, a redução foi de 3,5 p.p. A taxa atual está em 10,25%. "A taxa de juros ainda não caiu o necessário para que o crédito possa voltar a circular com mais intensidade no país", afirmou o ministro. O ministro da Fazenda assegurou, no entanto, que um patamar inferior na taxa Selic não trará riscos àqueles que aplicam seus recursos na poupança. O governo vem estudando novas regras de rentabilidade para evitar que haja fuga de investidores dos títulos do governo. O ministro não informou o que será feito e quando as mudanças entrarão em vigor. Mantega disse que a intenção do governo é manter a poupança com as mesmas características que a tornaram atrativa para a maior parte da população: a solidez e a garantia de que não haverá perdas para quem aplica. (Valor Econômico – 05.05.2009)