O deságio obtido nos leilões das duas usinas do rio Madeira, em Rondônia, tornou-se um ponto central nas discussões com o Paraguai em torno da hidrelétrica de Itaipu. Para o mercado cativo, aquele que atende residências e a vasta maioria do comércio, os lances vencedores foram de R$ 71,4 em Jirau e R$ 78,9 em Santo Antônio - sempre por MWh. O preço em dólar virou uma das principais justificativas para o governo brasileiro conter o aumento pedido pelo Paraguai para o preço de Itaipu. As autoridades brasileiras têm argumentado que as tarifas obtidas nos leilões do Madeira transformaram-se em referência para o setor. Ou seja, captam o custo de expandir o parque gerador brasileiro atualmente. O próprio ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, disse ontem que o Brasil não deverá ceder à pressão do Paraguai para aumentar o valor pago pela eletricidade excedente do país vizinho. (Valor Econômico – 08.05.2009)
Sexta, 8 de maio de 2009
Itaipu: Brasil utiliza tarifa de usinas do Madeira para negar pedido paraguaio
Jirau: Governador de RO quer compensação para liberar obra
O governador de Rondônia, Ivo Cassol, reuniu-se com o presidente Lula e lhe manifestou sua contrariedade com as obras da usina de Jirau, em seu estado. Cassol deixou claro para Lula que quer uma compensação para que a Secretaria Estadual de Meio Ambiente conceda uma licença para a continuidade da obra. Apesar de ter uma licença prévia do Ibama, o consórcio Enersus necessita também de autorização estadual uma vez que parte da obra ocupa área da reserva estadual Rio Vermelho e por isso dá essa prerrogativa ao governo estadual. Cassol quer que seja regularizada uma área denominada Bom Futuro, onde, segundo estima, vivam 5 mil famílias. Embora tenha evitado admitir que, caso o governo não atenda seu pleito ele não concederá a licença para Jirau, Cassol foi claro ao afirmar que o Estado tem de ser compensado pela obra. (O Globo – 07.05.2009)
Jirau: Lobão diz que não há o que negociar com Rondônia
O impasse gerado pelo governador de Rondônia, Ivo Cassol, que ameaça não conceder licença para a operação da hidrelétrica de Jirau, irritou o governo federal. O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, disse nesta quinta-feira (07/05) , que "não há o que negociar com estado de Rondônia". Cassol se reuniu na quarta-feira (06/05) com o presidente Lula , Lobão, e a ministra da Casa Civil Dilma Rousseff. Cassol exige a regularização da situação de cinco mil famílias que estão assentadas há mais de 15 anos em uma área de preservação ambiental federal. Em troca, o estado se propõe a ceder ao Ministério do Meio Ambiente uma reserva estadual. O governador afirmou que caso não haja a permuta a usina não sai. (CanalEnergia – 07.05.2009)