A queda do nível de emprego da indústria em março seja na comparação com fevereiro (recuo de 0,6%) como em relação a março de 2008 (baixa de 5%), ainda reflete os ajustes que o setor precisou fazer em função do agravamento da crise financeira internacional, em setembro do ano passado, avalia o IBGE. A leve recuperação observada na produção industrial em março, que apresentou alta de 0,7% na comparação com o resultado de fevereiro, ainda não foi repassada aos níveis de contratações. "O emprego vem acompanhando o ritmo de atividade na indústria, que, desde outubro do ano passado, teve que fazer ajustes nas suas linhas de produção principalmente diante das incertezas quanto aos investimentos. Em março, observamos uma ligeira recuperação na atividade, mas ainda sem reflexo no emprego, já que existe uma defasagem natural no tempo dessa resposta. O ajuste no mercado de trabalho ainda está mostrando seu lado mais forte neste início de ano, ou seja, ainda estamos num processo de ajuste no mercado de trabalho", explicou a economista Isabella Nunes, do IBGE. A queda de 0,6% em março é a sexta consecutiva no indicador, divulgou hoje o IBGE. Desde outubro do ano passado, quando houve o agravamento da crise, a perda acumulada é de 5,8%. Já a queda de 5% é a maior de toda a série iniciada em 2001. No acumulado dos últimos 12 meses, a alta é de apenas 0,3%. No acumulado de janeiro a março, verifica-se retração de 4% em relação a igual período em 2008. (Folha de São Paulo – 12.05.2009)
Quarta, 13 de maio de 2009
Queda de emprego na indústria ainda reflete ajustes da crise, diz IBGE
Economia brasileira cresce no ritmo mais alto dos últimos 12 anos
A economia brasileira acelerou no primeiro trimestre de 2008 e fez o crescimento em 12 meses atingir um ritmo não visto nos últimos 12 anos, apontou o IBGE nesta terça-feira. O PIB cresceu 5,8% em 12 meses encerrados no primeiro trimestre deste ano, o que é a maior taxa da série histórica iniciada em 1996. No trimestre frente ao mesmo período de 2007, o crescimento também foi de 5,8%. O IBGE também registrou que a taxa de investimento da economia brasileira em relação ao PIB foi a mais alta para um primeiro trimestre desde 2000: 18,3%. O total absoluto investido na economia, por sua vez, cresceu 15,2% de janeiro a março, se comparado a igual período no ano anterior. Na comparação com o quarto trimestre de 2007, houve incremento de 1,3%. O governo tem como meta fazer com que a taxa de investimento do PIB atinja 21% até 2010. Para economistas, é importante que essa taxa cresça em ritmo apropriado, para que a economia consiga fazer frente à demanda sem pressões inflacionárias. (Folha de São Paulo – 13.05.2009)
Governo pode rever meta de crescimento para 2009, diz ministro
O ministro Paulo Bernardo (Planejamento) disse que o governo pode rever a meta de crescimento da economia para este ano, que é de 2%. Afirmou, no entanto, que a volatilidade provocada pela crise financeira dificulta que se faça uma estimativa precisa nesse momento. A meta do governo está acima do crescimento de 1,2% previsto pelo Banco Central. Já o mercado financeiro prevê uma retração de 0,30%, enquanto o FMI estima uma queda de 1,3%. Para o ministro, um crescimento menor neste ano ajudará o governo a alcançar o crescimento previsto para 2010, de 4,5%, já que a base de comparação será um PIB menor. "Podemos fazer até uma revisão desse crescimento para este ano, mas eu não descartaria saltar de 2% neste ano para 4,5%, porque a base de comparação vai ser baixa", afirmou o ministro em audiência pública na Câmara dos Deputados. (Folha de São Paulo – 12.05.2009)