Representantes do Brasil e do Paraguai se reunem nesta quarta-feira (27/05), em São Paulo, para buscar um consenso sobre o tratado de Itaipu. O encontro será mediado pelo presidente do Conselho Superior de Infraestrutura (Coinfra) da Fiesp, Fernando Xavier, e vai debater os desafios da negociação do Tratado de Itaipu na visão do Paraguai e do Brasil. Devem participar do debate o diretor-geral paraguaio da Itaipu, Carlos Mateo Balmelli, o diretor-geral brasileiro, Jorge Miguel Samek, o presidente do Conselho Curador do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri), José Botafogo Gonçalves, e o diretor de Energia da Fiesp, Carlos Cavalcanti, entre outros. (BrasilEnergia – 27.05.2009)
Quinta, 28 de maio de 2009
Tratado de Itaipu em debate
Na Fiesp, acalorado debate sobre Itaipu
Representantes do Brasil e do Paraguai trocaram duras acusações ontem, em público, sobre a revisão do tratado de Itaipu, após reunião na Fiesp. As divergências demonstraram que os dois países ainda estão longe de um acordo. "Não viemos com a mão aberta mendigar nada. Com todo o respeito, é uma posição abusiva do Brasil", disse o diretor-geral paraguaio da hidrelétrica, Carlos Mateo. "Não existe energia de graça em Itaipu. Não faz sentido sair do conforto para especular no mercado livre", respondeu o diretor-geral brasileiro, Jorge Samek. A principal divergência entre Mateo e Samek é se a proposta do Paraguai de venda direta de energia respeita o tratado de Itaipu. Eles demonstraram pontos de vistas opostos diante da imprensa. Por diversas vezes, pediram a palavra para "esclarecimentos" após o colega responder uma pergunta dos jornalistas. A entrevista coletiva, prevista para durar 20 minutos, estendeu-se por uma hora e meia. (Valor Econômico – 28.05.2009)
Itaipu: pedido é um direito de soberania, diz Mateo
Para o diretor-geral paraguaio, Carlos Mateo, o parágrafo terceiro do tratado esclarece que a energia de Itaipu deve ser adquirida pela Eletrobrás e pela Ande ou por empresas indicadas. Mateo repetiu três vezes que a postura do Brasil era abusiva. Ele reforçou que o pedido paraguaio não é um "delito ou pecado, mas um direito de soberania". Samek foi categórico e disse que a Ande não pode vender energia no Brasil se a fonte geradora for Itaipu. Na sua avaliação, o parágrafo XXI do acordo esclarece que Ande e Eletrobras só podem adquirir a energia que não for utilizada pelo outro país para seu próprio consumo. O executivo disse ainda que o Brasil se endividou para construir a usina e agora precisa dessa energia para seu abastecimento. Mateo disse ontem que a estatal paraguaia atuaria em conjunto com um sócio e revelou que está conversando com possíveis clientes e com empresas da área de energia. (Valor Econômico – 28.05.2009)