A opção pela licitação das concessões de geração como sinalizou o diretor-geral da Aneel, Nelson Hubner, pode acabar embaraçando a expansão do sistema elétrico brasileiro. A avaliação é do coordenador geral do Grupo de Estudo do Setor Elétrico da UFRJ, Nivalde de Castro, que acredita que o empreendedor vai preferir investir em uma usina já existente do que na construção de uma nova hidrelétrica. "Na licitação, se esteriliza dinheiro novo. Precisamos de dinheiro novo para geração nova e não para energia velha", defendeu. Segundo o professor, nenhum empreendedor, por exemplo, vai preferir investir em Belo Monte (PA-11.233 MW) se for possível comprar uma hidrelétrica pronta. "Por que vou correr o risco de me envolver com um procurador público, com o Ibama, se posso comprar as usinas já prontas e começar a vender energia no dia seguinte", questionou. (CanalEnergia – 28.05.2009)
Sexta, 29 de maio de 2009
GESEL: licitação das concessões embaraça crescimento do sistema elétrico, afirma Nivalde de Castro
GESEL: empresa pode perder ativo com licitação, explica Nivalde de Castro
O coordenador do Gesel/UFRJ, Nivalde de Castro, explicou que, ao promover a licitação, a empresa que atualmente detém o ativo corre o risco de perdê-lo, ficando com toda a estrutura de pessoal, que antes era responsável por essa usina. "Quando se promove a licitação, vende-se a usina, mas se mata tudo ao redor dela", comentou Castro. Para o professor, a licitação pode também acabar por enfraquecer as empresas estatais que são fundamentais nesse setor da economia relacionado a infra-estrutura. "A Europa não faz isso porque o governo não deixa. Na América Latina, os países que promoveram a privatização do setor elétrico vivem uma crise ", enfatizou Castro, acrescentando que licitar as concessões é o mesmo que privatizar. Castro disse ainda que acha difícil que uma solução para as concessões saia ainda este ano. "Esse ano é difícil porque dependendo da solução que se dar pode favorecer um candidato ou outro nas eleições presidenciais", avaliou o professor. (CanalEnergia – 28.05.2009)
GESEL: Brasil poderia converter tarifas para o real em negociação com Paraguai, avalia Nivalde de Castro
Para eliminar o risco da variação cambial, que afetou os reajustes das distribuidoras, país teria que aumentar valor pago pela energia. O coordenador do Grupo de Estudos do Setor Elétrico da UFRJ, Nivalde de Castro, acredita que o Brasil possa sair ganhando nas negociações com o Paraguai. Isso aconteceria se o país propusesse que, em troca do aumento da tarifa de Itaipu, a mesma fosse estabelecida em real e não em dólar, como acontece atualmente. De acordo com Castro, mesmo que o Brasil pagasse mais pelas tarifas de Itaipu, o preço em real eliminaria o risco cambial. "As tarifas de São Paulo foram reajustadas, em média, em 20% pela Aneel, sendo que 10% era referente à Itaipu", avaliou. Segundo ele, essa negociação seria boa tanto para o Brasil, que teria mais estabilidade nas tarifas, quanto para o Paraguai que quer o aumento do valor da tarifa pago pela energia de Itaipu. Contudo, Castro não estimou que aumento poderia ser dado à tarifa. O professor participou do III Simpósio Jurídico das Empresas do Setor Elétrico realizado nesta quinta-feira, 27 de maio, pela Fundação Coge, no Rio de Janeiro. (CanalEnergia – 28.05.2009)