A relação entre a dívida líquida do setor público e o Produto Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e serviços produzidos no país, chegou a 42,5% em maio, o percentual mais elevado desde março de 2008 (42,6%). A informação foi divulgada hoje (29) pelo Banco Central (BC). Para este mês, a projeção do BC é que a relação fique em 42,4%. Para o ano, a projeção é de 41,4%. A estimativa é feita com base na estimativa do BC de crescimento de 0,8% do PIB. No caso da projeção divulgada no Relatório de Inflação, na última quinta-feira (25), de 42%, foi levada em consideração a projeção de mercado para o PIB (queda de 0,57% em 2009). De acordo com o chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes, por se tratar de um ano atípico, devido à crise financeira internacional, a relação entre a dívida e o PIB “vai, evidentemente, subir”. “Mas não temos dúvida de que, se cumprimos as metas fiscais do resultado primário tanto para este ano quanto para o ano que vem, a tendência é de desaceleração na relação entre dívida e PIB", disse ele, argumentando que o que conta mais é a dinâmica, e não o patamar. (Agência Brasil – 29.06.2009)
Terça, 30 de junho de 2009
Relação entre PIB e dívida líquida do setor público atinge em maio maior percentual desde 2008
Setor público faz aperto fiscal abaixo da nova meta
Influenciado pela queda na arrecadação, o aperto fiscal feito pelo setor público já está abaixo da nova meta fixada pelo governo para este ano. Nos últimos 12 meses, o conjunto formado por governo federal, Estados, municípios e estatais economizou R$ 66,9 bilhões para o pagamento de juros de sua dívida, valor que corresponde a 2,28% do PIB do período. Só no mês passado, o superávit primário foi de apenas R$ 1,1 bilhão, o valor mais baixo já registrado num mês de maio desde 2001, quando começa a série estatística do Banco Central. Entre janeiro e maio, o resultado acumulado está em R$ 31,9 bilhões, queda de 55% em relação ao mesmo período de 2008. Graças ao ajuste fiscal menos intenso, a dívida pública cresceu pelo sexto mês seguido. Em maio, o endividamento chegou a R$ 1,245 trilhão, o que equivale a 42,5% do PIB. Em novembro do ano passado, essa relação estava em 37,7%. (Folha de São Paulo – 30.06.2009)
Pacote reduz juros e amplia desonerações
Para tentar estimular a economia, abatida pela crise econômica global, o governo reduziu juros nos empréstimos do BNDES, decidiu subsidiar os financiamentos do banco e prorrogou reduções de tributos concedidas no início do ano e que acabariam em julho. O custo direto do pacote anunciado ontem será de R$ 3,342 bilhões até o fim do ano, mas o Tesouro Nacional terá despesas indiretas que poderão somar outros R$ 4,4 bilhões. A principal medida que não havia sido antecipada foi a queda na TJLP (Taxa de Juros de Longo Prazo). Fixada em 6,25% ao ano desde julho de 2007, a taxa usada nos empréstimos do BNDES ao setor produtivo cairá para 6% a partir de amanhã. A decisão será formalizada hoje, em reunião do Conselho Monetário Nacional. As desonerações feitas pelo governo de janeiro a maio custaram R$ 10,9 bilhões, segundo a Receita Federal. (Folha de São Paulo – 30.06.2009)