Os juros cobrados nos empréstimos bancários caíram pelo sexto mês seguido em maio e já se encontram, em boa parte das linhas de crédito disponíveis, abaixo do nível observado antes do agravamento da crise, no último trimestre do ano passado. O chamado "spread" bancário, por sua vez, continua em níveis elevados. No mês passado, segundo levantamento do BC, a taxa média praticada pelas instituições financeiras ficou em 37,9% ao ano, nível mais baixo desde maio do ano passado. O "spread" bancário, por sua vez, tem sofrido pouca alteração. Nas operações com empresas, o "spread" ainda se encontra acima do patamar observado no ano passado. Em setembro de 2008, ele estava em 14,7 p.p., e no mês passado havia subido para 18,7 pontos. Isso significa que a redução dos juros ocorrida nos últimos meses reflete quase que exclusivamente a queda da taxa Selic. Os bancos alegam que o recente aumento do "spread" é reflexo da elevação dos índices de inadimplência. (Folha de São Paulo – 26.06.2009)
Sexta, 26 de junho de 2009
Juro recua nos empréstimos, mas "spread" ainda resiste
Governo registra novo déficit em maio
O setor público pode registrar outros resultados primários negativos até o fim deste ano, sem que haja risco de o governo descumprir a meta fiscal, afirmou ontem o secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin. Em maio, o governo central teve déficit primário de R$ 120,2 milhões. Foi o quarto saldo desfavorável desde o agravamento da crise econômica mundial, em setembro. Segundo Agustin, o resultado de maio "é praticamente neutro e está adequado" para enfrentar a crise financeira global, sem deixar a atividade econômica se desacelerar demais. Augustin lembrou que a meta de desempenho fiscal do setor público como um todo foi reduzida de 3,8% para 2,5% do PIB. Ele afirmou ainda esperar que o segundo semestre deste ano seja "um momento de melhora" nos vários indicadores, principalmente do lado do aumento das receitas. Do lado das despesas, o secretário repetiu que o governo federal prefere elevar os gastos para influenciar o dinamismo da economia. (Valor Econômico – 26.04.2009)
Quinta, 25 de junho de 2009
Déficit externo cai 53% de janeiro a maio
Em consequência da crise, que provocou redução das vendas e diminuição dos lucros, as empresas estrangeiras cortaram pela metade a remessa de lucros e dividendos para as sedes no exterior este ano. Dados do Banco Central divulgados ontem revelam que o volume de transferências feitas por essas companhias caiu 49,8% no acumulado de janeiro a maio na comparação com igual período de 2008, passando de US$ 15,6 bilhões para US$ 7,83 bilhões. Em maio, segundo o BC, as remessas somaram US$ 2,56 bilhões. Embora tenham ficado acima do volume de março (US$ 1,1 bilhão), foram inferiores ao registrado em maio de 2008 (US$ 3,24 bilhões). A queda das remessas explica praticamente toda a melhora das contas externas brasileiras em 2009. (O Estado de São Paulo – 25.06.2009)