O aumento dos gastos federais de janeiro a julho, em termos de porcentual do PIB, supera o de todo o período anterior do governo do presidente Lula, de 2003 a 2008. A despesa não financeira da União, descontada das transferências a Estados e municípios, deu um salto de 2,44 p.p. do PIB na comparação de janeiro a julho de 2008 com o mesmo período de 2009, saindo de 15,89% para 18,34% do PIB. Entre janeiro e julho de 2003 e de 2008, a alta foi de 2,05 p.p. do PIB, de 13,84% para 15,89%. Os economistas notam que a grande reviravolta na política fiscal entre 2008 e 2009 não foi apenas no volume das despesas, mas também na forma como os recursos foram gastos. Até 2008, segundo eles, por mais que se possa criticar a expansão de gastos de Lula, ela assumiu características que seriam de se esperar num governo de esquerda. Assim, o item em que houve maior expansão em termos de porcentual do PIB foi o dos gastos sociais, que saltaram 0,82 p.p., de 0,78% para 1,6%. (O Estado de São Paulo – 24.08.2009)