O Brasil deve ficar com 80% da energia gerada nas primeiras cinco usinas a serem construídas no Peru, que poderá ser exportada para outros países da região. As usinas, que podem chegar a 15 se todos os projetos saírem do papel, serão construídas por empresas brasileiras, com capital próprio e financiamento do BNDES. O modelo difere um pouco do que foi adotado na implantação de Itaipu. Além disso, na opinião do analista político de América Latina, Thiago de Aragão, o Peru vive uma situação diferente da do Paraguai. “O Peru tem instituições mais sólidas, não tem o problema endêmico de corrupção que tem o Paraguai. Além disso, os peruanos aprenderam a separar o crescimento econômico de 7% a 8% ao ano das questões políticas. Então, esse crescimento não resulta necessariamente na popularidade alta do presidente”, explica o analista, justificando porque o mandatário poderia não ter o aval da população para mexer no contrato com o Brasil. (Agência Brasil - 26.08.2009)
Quinta, 27 de agosto de 2009
Modelo de usinas a serem construídas no Peru será diferente do de Itaipu
Analistas se dividem sobre da construção de usinas binacionais com o Peru
O projeto de construção de usinas hidrelétricas binacionais com o Peru tem dividido os analistas internacionais brasileiros. Do ponto de vista geopolítico e de integração, a idéia parece positiva para o professor do Departamento de História da Universidade de Brasília (UnB) e especialista em América Latina, Francisco Doratioto. Para ele, a integração energética beneficia todos os países envolvidos, não apenas para o Brasil. Doratioro explica que, à medida que o país estreita relações econômicas e políticas com os vizinhos, sua presença na América do Sul é maior e ele passa a ser visto pela Europa e pelos EUA como um jogador importante. Quanto aos riscos futuros do negócio, são médios, de acordo com o analista político de América Latina, Thiago de Aragão. Ele afirma que, apesar de o atual presidente do Peru, Alan García, ter um histórico de comprometimento com os contratos assinados, seu principal opositor político, Ollanta Humala, é ultranacionalista e poderia querer a revisão do acordo com o Brasil caso fosse eleito. (Monitor Mercantil – 26.08.2009)
Internet pela rede elétrica enfrenta desafios
A esperada aprovação das regras que permitem o acesso à internet por meio das redes de energia elétrica - feita esta semana pela Aneel - promete estimular um novo movimento entre as concessionárias do setor, mas o caminho para que o consumidor brasileiro navegue na web pela tomada elétrica parece longo e caro. Pelo menos três empresas de energia já possuem projetos pilotos - a CEEE no Rio Grande do Sul, a Copel no Paraná e a AES Eletropaulo em São Paulo. Mas dois pontos mostram porque ainda é difícil transformar essa oferta em produto de massa. O primeiro é o alto custo exigido para explorar o serviço. O segundo é a própria regulamentação: as regras estabelecem que as concessionárias têm de criar subsidiárias de telecomunicações e fazer ofertas públicas de uso de suas redes, mas sem garantias prévias. "Ao invés de estimular a criação de alternativas, a decisão da Aneel vai estimular a concentração. A maioria das concessionárias não vai realizar a concorrência", diz Pedro Jatobá, presidente da Aptel. (Valor Econômico – 27.08.2009)