O governo federal poderá liberar a participação dos autoprodutores de energia no leilão da usina hidrelétrica de Belo Monte, projeto em fase de licenciamento ambiental e confecção do edital. A licitação do projeto, que tem potência instalada de 11 mil megawatts, deve ocorrer entre o fim de outubro e o início de novembro. O governo teme que não haja concorrentes. Segundo Maurício Tolmasquim, presidente da EPE, o governo não descarta cancelar o leilão caso não haja dois concorrentes. "A possibilidade de os autoprodutores participarem pode viabilizar a formação de dois consórcios", disse. A oferta para atrair os autoprodutores é a garantia de que parte da energia do empreendimento poderá ser adquirida para consumo próprio. Tolmasquim revelou que a fatia da energia para os autoprodutores não está definida (Folha de São Paulo – 29.08.2009)
Segunda, 31 de agosto de 2009
Governo afrouxa regra para leilão da usina de Belo Monte
PSR Consultoria não vê ganhos significativos para consumidor com solução para concessões
O governo afirma que a solução para o caso das concessões com vencimento previsto até 2015 vai obrigatoriamente captar vantagens para os consumidores. Mas o ganho não deve ser tão significativo quanto pensado. Isso porque a energia existente, cerca de 12 mil MW médios, vai ter um aumento de preço, indo de R$ 82 por MWh para R$ 117 por MWh. Além disso, a tarifa de energia será influenciada pela energia térmica contratada nos últimos leilões. Com isso, a tarifa da energia vai pular de R$ 121 por MWh, atualmente, para R$ 147 por MWh em 2015, ou seja uma alta de 22%. Os dados são do caso base de um estudo da PSR Consultoria, que avaliou os impactos sobre as tarifas antes as soluções que envolvem a renovação ou a licitação das concessões. (CanalEnergia – 28.08.2009)
CPI da Aneel: Sauer cobra investigação de excedente transferido para compradores livres
O coordenador do Programa de Pós-Graduação em Energia da Universidade de São Paulo (USP), Ildo Luís Sauer, afirmou que o excedente econômico transferido das geradoras para os compradores livres com as vendas abaixo do custo, desde 2003, foi de cerca de R$ 15 bilhões. Sauer, que participou na semana passada de audiência da Comissão Parlamentar de Inquérito das Tarifas de Energia Elétrica, defendeu que esse ponto seja investigado pela CPI, já que essa conta é paga por todos os consumidores. "Isso é o que a CPI tem de investigar, pois esses dados não estão disponíveis", finalizou. Na ocasião, o professor apresentou um estudo que aponta lucros de até 103% obtidos pelas distribuidoras sobre seus patrimônios líquidos entre 2007 e 2008. Em média, segundo o cálculo, a rentabilidade das empresas do setor ficou em 26% no período, contra 8% das geradoras, na sua maioria estatais. (CanalEnergia – 28.08.2009)