Os resultados do PIB do segundo trimestre foram fortemente influenciados pelo consumo das famílias e do governo e continuaram a mostrar um desempenho bastante ruim do investimento, recolocando a preocupação de um avanço da demanda em ritmo muito superior ao da oferta no futuro. O consumo das famílias e do governo avançou 3,6% no acumulado dos 12 meses encerrados em junho em comparação com os 12 meses anteriores, enquanto a indústria caiu 3%, e o investimento encolheu 2,2%. Os números indicam um descompasso entre a oferta e a demanda na economia, sinalizando um risco de retomada da inflação por conta desse desequilíbrio. Economistas ouvidos não preveem risco de pressões inflacionárias por conta desse gargalo este ano e em 2010, mas acreditam que se o investimento não deslanchar neste segundo semestre, o BC pode subir o juro em 2011 para evitar inflação de demanda. (Valor Econômico - 14.09.2009)
Segunda, 14 de setembro de 2009
Dados do PIB mostram avanço do consumo com contração da oferta
Indústria começa a retomar investimentos
A indústria brasileira se prepara para pisar no acelerador. Pela primeira vez desde a eclosão da crise financeira global, há exatamente um ano, fabricantes de máquinas vêm registrando aumento de consultas de indústrias interessadas em comprar equipamentos mais modernos. A recuperação que começa a ser sentida agora não vai evitar que a indústria feche o ano com uma grande queda em relação a 2008. As projeções são de uma retração entre 7% e 9%, enquanto já há quase consenso de que o PIB deve fechar o ano com um pequeno crescimento. A renovação das máquinas, desencadeada pelo reaquecimento da economia e pela facilidade de crédito oferecida pelo BNDES a partir de julho, é a primeira pista de que o investimento começa a voltar lentamente e pode mudar a rota de queda registrada no primeiro semestre. Mas os investimentos mais fortes, em novas fábricas, por exemplo, só são esperados mesmo para o ano que vem. (O Estado de São Paulo – 14.09.2009)