O secretário-executivo do MME, Márcio Zimmermann, negou que o governo brasileiro tenha fechado acordo com o Paraguai para o início da venda direta da energia de Itaipu pela estatal paraguaia Ande no Brasil a partir de 2011. De acordo com o executivo, o tema não chegou a ser discutido na reunião realizada na semana passada. "No final da reunião, nos foi apresentado um documento pelos representantes do Paraguai que poderia conter essa proposta", afirmou. O Ministério de Relações Exteriores paraguaio divulgou, na semana passada, uma nota na qual afirmava que os dois países haviam firmado um acordo que permitiria a venda da cota de energia não consumida pelo Paraguai no Brasil, diretamente pela Ande, em 2011, no montante de 300 MW. Zimmermann, entretanto, garantiu que essa foi apenas a primeira reunião entre as partes, e que outros encontros serão realizados para tratar do assunto. (Setorial News – 05.10.2009)
Terça, 6 de outubro de 2009
Zimmermann nega acordo com Paraguai sobre venda direta da energia de Itaipu
Paraguai faz ofensiva para vender energia
Na reta final para os presidentes Lula e Fernando Lugo avaliarem a proposta de entrada do Paraguai na venda de energia no mercado livre brasileiro, o país vizinho demonstrou mais uma vez que está na ofensiva. O principal negociador do lado paraguaio e diretor-executivo da Itaipu Binacional, Carlos Mateo Balmelli, disse que o Paraguai busca uma integração energética com o Brasil baseada num projeto de desenvolvimento regional que contempla isenções tributárias e baixo custo de energia para empresas brasileiras se instalarem no Paraguai para a exploração do mercado do Cone Sul. A contrapartida do Brasil seria a revisão do tratado da hidrelétrica, firmado em 1973, permitindo que a Ande, que detém 50% das ações da Itaipu junto com a Eletrobrás, passe a comercializar 300 MW ao ano, de forma acumulativa, para consumidores livres brasileiros. "Não buscamos fazer terrorismo, sabemos que haverá expansão na demanda por energia no Brasil e queremos acessar esse mercado de forma gradual e progressiva, utilizando Itaipu como ponto de interconexão", afirmou Balmelli. (Valor Econômico – 06.10.2009)
Paraguai promete energia barata
O governo do Paraguai promete vender energia duas ou até três vezes mais barato que os grupos brasileiros para as empresas que decidirem se instalar em seu território. A Ande cobraria US$ 53 por MWh para indústrias intensivas em energia, contra US$ 99 MWh da CPFL e US$ 79 MWh da Cemig. Os dados constam de uma tabela preparada pela diretoria paraguaia da Hidrelétrica de Itaipu. A tarifa da Ande para outros setores industriais seria de US$ 73 por MWh, contra US$ 219 MWh da CPFL e US$ 199 MWh da Cemig. Procuradas, CPFL e Cemig não comentaram os valores. Segundo Carlos Mateo Balmelli, diretor paraguaio de Itaipu, o Paraguai vai conseguir oferecer preços tão atrativos porque cobra menos imposto. Ele avalia que é uma maneira de atrair investimentos e gerar empregos, mas também de reduzir os conflitos com o Brasil. Se mais empresas se instalarem no país, disse o diretor, o Paraguai consumiria mais energia de Itaipu, reduzindo os direitos compensatórios pagos pelo Brasil. "Temos que superar a ideia do rentismo de energia”. (O Estado de São Paulo – 06.10.2009)