O decreto 7.058 que, entre outras medidas, libera a prestação de garantias para estatais que enfrentem concorrência de empresas privadas, beneficiando a Eletrobrás, é muito positivo para o setor, de acordo com o coordenador do Grupo de Estudos do Setor Elétrico, Nivalde de Castro. Segundo ele, essa decisão do governo reforça e fortalece o padrão de financiamento do setor elétrico brasileiro. "Realmente, o grande instrumento de política energética que o estado brasileiro tem está no padrão de financiamento, que garante atingir o binômio expansão com modicidade tarifária", afirmou Castro. Segundo ele, cada vez mais os custos de financiamento do setor elétrico estão diminuindo, seja devido a taxa de juros preferencial, ao alongamento de prazo e, agora, com a redução dos custos de participação da Eletrobrás nas SPE’s. "A Eletrobrás não podia dar garantias, ela tinha que comprar garantias e isso tinha um custo alto, porque os investimentos são muito altos", declarou o especialista. Ele disse ainda que o decreto também vai ajudar o financiamento da hidrelétrica de Belo Monte. (CanalEnergia - 06.01.2010)
Quinta, 7 de janeiro de 2010
GESEL: liberação de garantias para estatais garante expansão do setor com modicidade tarifária
Ex-diretora da Aneel critica falta de transparência de decisões do setor
A economista Joísa Dutra deixou na semana passada a diretoria da Aneel. Ela foi a única mulher a ocupar o cargo na história da agência e fez parte de uma lista seleta de poucos diretores da Aneel sem formação
Ex-diretora da Aneel: órgão precisa se firmar como independente
A questão política preocupa a economista Joísa Dutra, ex-diretora da Aneel, que diz que este momento, em que o papel de fiscalização da Aneel é tão questionado - seja pela questão das tarifas, seja pelos apagões -, é justamente quando o órgão precisa se firmar como independente. Mas também é preciso contratar pessoal, afirma Joísa. Ela diz que não há capital humano suficiente para fazer uma fiscalização adequada, o que deixa a Aneel vulnerável. Na gestão de Jerson Kelman ela diz que a agência passou por um momento de consolidação, junto com as novas regras do setor, e que o governo manteve a postura de aceitar e manter a independência da agência. Sob a batuta de Hubner, Joísa acredita que a Aneel vá mudar pois o atual diretor-geral entende que a agência é uma organização e que as estruturas internas de governança precisam ser alteradas. O segmento de distribuição será o de maior transformação, segundo ela. (Valor Econômico - 06.01.2010)