A empreiteira Camargo Corrêa recebeu o aval do Palácio do Planalto para constituir uma superelétrica na área de distribuição de energia. A construtora assumiu no ano passado o comando da CPFL e conta agora com o apoio do governo para comprar o controle da Eletropaulo e da AES Sul, além de adquirir da Previ e do BB a sua participação no grupo Neoenergia. Se concretizadas as duas operações, a empreiteira terá nas mãos uma gigante que abastecerá mais de um terço do mercado nacional, incluindo praticamente todo o Estado de São Paulo e três Estados do Nordeste. Segundo pessoas próximas às transações ouvidas pela Folha, o presidente da Previ, Sérgio Rosa, abriu negociação com a Camargo Corrêa por interferência direta do Planalto. No caso de uma união entre CPFL, Eletropaulo e Neoenergia, a maior sinergia estaria na ligação entre as duas primeiras, principalmente devido à proximidade geográfica. (Folha de São Paulo – 31.01.2010)
Segunda, 1 de fevereiro de 2010
"Superelétrica" terá mais de um terço do mercado brasileiro
MME nega intenção de prorrogar concessões de energia
O secretário executivo do MME, Marcio Zimmermann, nega que haja qualquer intenção do governo de editar uma MP visando prorrogar as concessões do setor de energia que vencem entre 2015 e 2020. "Isso não está previsto em lei, não chegou a ser discutido em nenhum momento e eu sequer sei de onde tiraram esta informação", disse hoje, em rápida entrevista a jornalistas após deixar a reunião do Conselho de Administração do ONS, no Rio. Ele destacou ainda que como os prazos começam a vencer somente em 2015, "não há pressa nessa discussão. Certamente ficará para o próximo governo", afirmou. Ainda segundo Zimmermann, o MME deve soltar uma nota hoje desmentindo a reportagem. (Estado de São Paulo – 29.01.2010)
Lula deixa questão da concessão elétrica para sucessor
O governo Lula deixará para o sucessor a tarefa de estabelecer novas regras para a renovação de concessões do setor elétrico que vencem em 2015. O estudo do MME que trata do assunto foi concluído há cerca de quatro meses e enviado ao Palácio do Planalto mas, desde então, repousa nas gavetas da Casa Civil. A falta de pressa tem explicação política. Não interessava ao governo facilitar a vida do governador tucano de São Paulo, José Serra, adversário da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, na corrida presidencial. (Estado de São Paulo – 30.01.2010)