O ministro de Minas e Energia Edison Lobão disse à Agência Estado que o governo aguarda a apresentação por parte da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) da revisão do cálculo do custo da usina hidrelétrica de Belo Monte, para definir como será a participação da estatal Eletrobrás no leilão. "A EPE deve entregar esses cálculos nesta semana", disse Lobão. A previsão inicial da EPE era de que a obra custaria cerca de R$ 16 bilhões. Sob essa perspectiva, o preço-teto da tarifa da usina foi preliminarmente estipulado em R$ 68 por megawatt/hora. Entretanto, esse custo deverá subir, até porque não inclui o valor de R$ 1,5 bilhão que segundo o Ibama deverá ser gasto para cumprir as exigências da licença ambiental prévia. Assim, tanto o investimento total quanto o preço-teto deverão aumentar. (Estado de São Paulo – 23.02.2010)
Quarta, 24 de fevereiro de 2010
Após projeção de custo de Belo Monte, MME definirá entrada de Eletrobrás em leilão
Eletrobrás estuda modelos de participação em usina de Belo Monte
Existem dois modelos principais em estudo quanto à participação da Eletrobrás na usina de Belo Monte. Um deles prevê a separação das subsidiárias da Eletrobrás, de modo que cada consórcio inscrito tenha participação de pelo menos uma estatal. O outro modelo prevê que o Grupo Eletrobrás não entre em nenhum consórcio e fique esperando a conclusão do leilão para se associar ao vencedor. Segundo fontes ligadas ao processo, o modelo com mais força dentro do governo é o que prevê a entrada das subsidiárias da Eletrobrás (Eletronorte, Furnas e Chesf) nos consórcios existentes. De acordo com as informações que circulam nos bastidores, o modelo "noiva", em que a Eletrobrás entraria como sócia do consórcio vencedor do leilão, perdeu força. Isso porque, ao entrar depois do leilão, o grupo ficaria sujeito às decisões do consórcio e, portanto, perderia poder dentro do grupo. (Estado de São Paulo – 23.02.2010)
Eletrobrás tem posse de rede da Eletronet
O governo federal assegurou ontem que a Eletronet não será beneficiada financeiramente pelo Plano Nacional de Banda Larga (PNBL). A empresa está no centro da discussão porque estava concedida a ela uma rede de fibras ópticas de mais de 16 mil quilômetros que se pretende usar como infraestrutura para a expansão da banda larga. A Eletronet, que tem a Eletrobrás como acionista com 49%, passa por extenso processo de autofalência, que travava o uso desses cabos pelo governo até o fim de 2009. Ontem, porém, a Advocacia Geral da União (AGU) emitiu nota assegurando que as linhas voltaram à União. Conforme previsão legal, a Eletrobrás tem hoje a posse da rede de fibras ópticas. Avalia-se que, caso o governo fosse montar uma rede própria para levar a banda larga a 20 milhões de domicílios, como está planejado, precisaria investir R$ 40 bilhões. "É um investimento que já foi feito, que é a estrutura de fibra óptica. Seria um desperdício não utilizá-la. O que o governo terá é um ganho marginal de um investimento que já foi feito", disse Santanna, do Ministério do Planejamento. (Valor Econômico – 24.022010)