Propostas agressivas de fornecedores chineses movimentam os bastidores do leilão de Belo Monte. Com custos muito baixos, até 30% ou 40% inferiores aos dos tradicionais fabricantes europeus, os chineses estão de olho em contratos de fornecimento de turbinas e equipamentos para nova usina, que podem somar R$ 6 bilhões. Eles ameaçam a hegemonia das europeias Alstom, Voith e Andritz. Entre os concorrentes chineses estão a Dongfang, que vai estrear no mercado brasileiro com turbinas para a hidrelétrica de Jirau, e a Harbin, que está se associando à companhia argentina Impsa.Em termos de preço, os europeus sabem que não podem competir com os chineses. Mas jogam com o fato de possuir fábricas e gerar empregos no Brasil. Os chineses também não terão financiamento do BNDES, mas certamente encontrarão crédito em seu país”. (Valor Econômico – 11.03.2010)
Quinta, 11 de março de 2010
Chineses acirram briga por R$ 6 bi de Belo Monte
Para Justiça, Belo Monte já teve audiências suficientes
O Juiz Federal de Altamira, Antônio Campelo, reconheceu a validade das audiências públicas em que se discutiram o empreendimento da UHE de Belo Monte ao negar o pedido liminar de reconsideração do Ministério Público Federal. No despacho, o juiz não identificou irregularidades apontadas pelo MP relativas a restrição da participação popular nas audiências. Acatando a tese do Ibama, o juiz concluiu que a definição de audiências é de competência desse Instituto registrando trechos da decisão do presidente do TRF 1ª Região: "Ao determinar essa grande quantidade de audiências públicas, a decisão de primeiro grau invade as esferas de competência da administração pública, pois cabe ao Ibama decidir a quantidade de audiências, o local e o momento propício". (DCI – 11.03.2010)
Nova estatal fará seguro de obras
O governo vai criar uma seguradora estatal para oferecer seguro de crédito aos grandes projetos de infraestrutura previstos para os próximos anos, como o da construção de um trem de alta velocidade entre São Paulo e Rio de Janeiro. Ainda não foi definido prazo para a conclusão dos estudos, mas a equipe pretende anunciar ainda neste ano a criação da nova empresa, que deve ser bancada pelo Tesouro Nacional e pode recorrer a recursos de fundos públicos que hoje ajudam o governo a cumprir o superávit primário. "A decisão política já está tomada", garantiu ao Valor um dos participantes da discussão. A ideia é suprir uma deficiência de mercado, uma vez que não há hoje no país seguradoras de grande porte neste segmento de negócio e as empresas internacionais do ramo, por causa da crise mundial, estão com a saúde financeira "combalida", nas palavras de uma fonte graduada do governo.Além de viabilizar o financiamento de grandes projetos de infraestrutura, a criação de uma seguradora pública diminuirá os riscos assumidos pelo BNDES, a principal fonte de crédito de longo prazo existente no país. (Valor Econômico – 11.03.2010)