A Abiape (Associação Brasileira dos Investidores em Autoprodução de Energia), além de comentar sobre o risco dos submercados, criticou a decisão do governo de não cogitar a criação de duas SPEs no edital de Belo Monte. Esta demanda permitiria dividir a UHE em duas partes, via SPE. Uma atenderia ao mercado cativo (de venda para as distribuidoras) e outro, o mercado livre (para grandes consumidores). A Abiape diz que a criação de apenas uma SPE amplia os riscos dos autoprodutores no empreendimento: em primeiro lugar, porque se convertem em vendedores de energia para o mercado cativo e, em segundo, em razão do custo que terão caso a obra atrasar. Na opinião de seu presidente: "É difícil para uma empresa que cuida de mineração ter no seu portfólio a venda de energia. O interesse desses grupos em produzir energia se resume a atender a sua necessidade." Na reunião da diretoria da Aneel que aprovou o edital este pelito foi rejeitado com o argumento de que a governança da SPE, via claúsulas do contrato são mais eficientes e compatíveis com a filosofia do Novo Modelo, do que criar mais instrumentos de excessão que tornariam o SEB ainda complexo, aumento os custos de transação. (Folha de São Paulo – 20.03.2010)
Segunda, 22 de março de 2010
Belo Monte: questionamentos da Abiape
Belo Monte: Alstom considera baixa projeção de investimentos de R$ 19 bi
O vice-presidente do setor Power da Alstom Brasil e América Latina, Marcos Costa, disse considerar baixa a projeção de investimentos
Belo Monte: perspectiva de formação de um terceiro consórcio para a disputa
Em Brasília, governo e autoridades ligadas ao setor contam com a perspectiva de formação de um terceiro consórcio para disputar Belo Monte. A razão é que ainda estão indefinidas as participações de grandes companhias, como a franco-belga GDF Suez, a americana Alcoa, do ramo de alumínio, e a Alusa. Acredita-se que essas empresas, que têm interesse na obra, porém permanecem fora do jogo, anunciem a formação de um novo consórcio. Caso contrário, não lhes restaria saída que não a adesão aos dois consórcios já conhecidos. Uma fonte da Alcoa informou que as condições definidas pelo governo - preço-teto da tarifa, custos ambientais e valor da obra e regras para autoprodutores - ainda mostram incertezas para a companhia participar, independentemente do consórcio. Maior produtora mundial de alumínio, a Alcoa conta com energia a preço competitivo para poder investir em novas fundições do metal no Brasil. (Valor Econômico – 22.03.2010)