O desempenho da produção industrial em março confirmou o forte ritmo de crescimento da economia brasileira. A alta foi expressiva e generalizada, levando a indústria de volta ao nível pré-crise. Com a expansão de 2,8% sobre fevereiro, na série livre de influências sazonais, a produção ficou a apenas 0,1% do nível de setembro de 2008 e a 0,3% do recorde atingido em julho de 2008. O resultado de março já leva bancos e consultorias a revisar as previsões para a expansão da indústria em 2010. No primeiro trimestre, a produção industrial cresceu 18,1% sobre o mesmo período de 2009. Em março, 19 dos 27 setores pesquisados pelo IBGE tiveram alta em relação a fevereiro, o equivalente a 70%. Nos quatro meses anteriores, a média foi de 60,5%. A produção de bens de capital cresceu 3% sobre fevereiro deste ano, enquanto a de bens intermediários avançou 1,3%. A retomada dos investimentos pelas empresas explica a alta na produção de bens de capital. Para os próximos meses, porém, os analistas acreditam que haverá alguma desaceleração na indústria, do mesmo modo que os estímulos fiscais e monetários estimularam a economia, o fim das desonerações tributárias, o aumento do recolhimento compulsório e a alta dos juros devem levar a uma expansão mais modesta da atividade. (Valor Econômico – 05.05.2010)