Há quase oito anos com resultados em franco crescimento e com a forte retomada do consumo de energia no início de 2010, as empresas elétricas estrangeiras firmaram suas bases no país. Desde o início do governo Lula, o lucro líquido das companhias elétricas estrangeiras registradas na CVM cresceu 230% acima da inflação. Os principais executivos da AES, Duke Energy, EDP, Endesa, GDF Suez e Iberdrola afirmam que estão no Brasil para ficar. Juntas, investiram cerca de R$ 50 bilhões desde que chegaram ao país. As americanas AES e Duke foram as que menos investiram, mas agora dizem que vão crescer. As europeias, ameaçadas pela crise, apontam que o Brasil é um país estratégico para seus negócios. As poucas empresas dispostas a sair colocam preços proibitivos nos seus ativos. Foi o que levou a Cemig a desistir de comprar a Plena Transmissora, de um grupo de construtoras espanholas. Sem ativos para comprar, ou caros demais, a consolidação do setor está mais uma vez estagnada. (Valor Econômico – 10.05.2010)
Segunda, 10 de maio de 2010
Lucros animam as elétricas estrangeiras no Brasil
Tractebel se valorizou 646% em 12 anos e lucrou mais de R$ 8 bi
Mesmo não tendo participado do leilão daquela que será a maior hidrelétrica do país e sem ter a intenção de entrar na nova sociedade que está se fechando para a concessão da usina, o grupo ainda segue firme como o maior gerador privado do país e entre as estrangeiras foi a que mais lucrou no Brasil desde 2003, segundo estudo feito pelo ValorData. Desde 1998, quando investiu na hidrelétrica Cana Brava e logo em seguida na compra da Gerasul, a Tractebel, que detém os ativos companhia, já se valorizou na bolsa de valores 646% e valia em março quase R$ 14 bilhões. Além disso, somando seus lucros nesse período, reduzindo alguns poucos anos de prejuízos, o ganho líquido foi de R$ 8,3 bilhões, já corrigidos. Com resultados tão expressivos no país, a companhia quer crescer mais e o presidente do grupo, Maurício Bahr, diz que não só a empresa vai continuar investindo em geração hidrelétrica como quer ser referência para usinas nucleares e também planeja investir no setor de gás. (Valor Econômico – 10.05.2010)
Iberdrola diz que fica e planeja crescer
Quando a Cemig fez proposta para comprar a empresa de transmissão Terna no ano passado, a Neoenergia deveria estar junto no negócio. Foi barrada pelos espanhóis da Iberdrola, que detém 39% da companhia. Seu sócio, a Previ, ficou descontente com a situação, mas a Iberdrola passava por problemas de liquidez na Europa e não podia fazer novos investimentos. Na época, a empresa passou a ser um empecilho para o crescimento da Neoenergia. Quando anunciou seu plano de 18 bilhões em investimentos no início de 2009, o Brasil não foi citado. Poucos meses depois, a empresa busca mostrar que não só quer ficar no país como crescer, inclusive em distribuição. O diretor-geral da companhia no Brasil, Mario Ruiz-Tagle Larraina, disse ao Valor que dentro dos planos do grupo, a distribuição elétrica sempre será prioritária naqueles países que tenham uma regulação transparente, estável e previsível, como é o caso do Brasil. (Valor Econômico – 10.05.2010)