Com uma potência instalada de cerca de 110 mil MW, dos quais 75% estão relacionados a projetos hidrelétricos, o Brasil deverá assistir ao longo dos próximos anos a consolidação de fontes complementares em sua matriz de energia elétrica. Projetos de gás natural, energia eólica e projetos de biomassa de cana-de-açúcar deverão avançar nesta década. Uma das que devem consolidar sua presença são as térmicas movidas a gás natural. O gerente-executivo de operações e participações em energia da Petrobras, José Alcides Santoro Martins diz que a flexibilidade delas em operação é trunfo para o sistema interligado. Do dia 22 para 23 de fevereiro, por exemplo, a Petrobras aumentou sua capacidade de 260 MW para 3.600 MW, ampliando o consumo de gás de 9 milhões de metros cúbicos por dia para 22 milhões de metros cúbicos diários. Outra fonte que deverá ganhar espaço é a eólica, cujo potencial é de 140 mil MW. O presidente da Neoenergia, Marcelo Corrêa, afirma que os custos da energia eólica ainda são elevados, mas isso deve mudar. "Com a maior inserção dessa energia e a melhoria das tecnologias, a tendência é o preço cair”. (Valor Econômico – 12.05.2010)
Quarta, 12 de maio de 2010
Matriz energética será mais diversificada
“Não há uma tendência estatizante nas hidrelétricas”, afirmam empresários e governo
Na fonte principal de energia do país, as hidrelétricas, não há uma tendência estatizante nos investimentos, afirmam representantes do governo e empresários do setor. Para Nelson Barbosa, secretário de política econômica do Ministério da Fazenda, alguns projetos de infraestrutura, como grandes hidrelétricas e o trem bala, há necessidade de colaboração entre setor público e privado. Segundo Vitor Hallack, presidente do conselho de administração da Camargo Corrêa, os projetos de infraestrutura têm sido estudados pela iniciativa privada, em especial na área de energia. Para Otávio Azevedo, diretor-presidente da Andrade Gutierrez, se não fosse o trabalho conjunto das empresas privadas com setor estatal de energia, o país não teria grandes hidrelétricas em andamento. "Não existe investidor estrangeiro estabelecido no Brasil para fazer esses investimentos. A não ser a Tractebel Engineering, empresa do grupo GDF Suez, não tem aparecido nesses grandes projetos empresas em condições de bancar o jogo inteiro”. (Valor Econômico – 12.05.2010)
Novas hidrelétricas devem equacionar suprimento extra
A demanda de energia elétrica no Brasil deverá crescer 5,1% ao ano até 2019. Para atender a essa expansão, será necessário acrescentar 6,3 mil MW de nova capacidade, ou 3,3 mil MW de energia firme, por ano, ao sistema elétrico nacional. No PDE, anunciado na primeira semana de maio, a EPE estima que sejam necessários R$ 175 bilhões de investimentos em geração e outros R$ 39 bilhões em transmissão entre 2010 e