Os planos de investimento da indústria e do setor de infraestrutura já superam o patamar anterior à explosão da crise econômica mundial, em setembro de 2008. Levantamento do BNDES mostra que os projetos da indústria e da infraestrutura para o período de 2010 a 2013 somam R$ 859 bilhões. Incluindo a projeção para a construção civil, o montante soma R$ 1,324 trilhão. Em agosto de 2008, os empresários previam investimentos de R$ 781 bilhões para 2009 a 2012. Segundo Ernani Torres, superintendente de Pesquisa e Acompanhamento do BNDES, os números mostram a retomada da confiança, apesar do cenário externo pouco favorável. O banco incluiu, pela primeira vez, no seu mapa de investimentos, as projeções para o setor de edificações. Até 2013, o BNDES identificou investimentos de R$ 465 bilhões. O número engloba o programa Minha Casa, Minha Vida e as construções relacionadas à Copa do Mundo e às Olimpíadas. O principal destaque é o setor de petróleo e gás, que tem aumentado sua projeção de aplicação de recursos em razão do pré-sal. Em dezembro do ano passado, a previsão era de R$ 295 bilhões, mas foi revista, no fim de abril, para R$ 340 bilhões. (Folha de São Paulo – 24.05.2010)
Segunda, 24 de maio de 2010
Investimentos superam nível pré-crise
Investimento atingirá R$ 1,3 tri até 2013
Mesmo com o cenário externo conturbado, e passando pela turbulência das eleições presidenciais, o Brasil poderá registrar investimentos da ordem de R$ 1,324 trilhão entre 2010 e 2013, de acordo com mapeamento de investimentos realizado pelo BNDES. No entanto, o maior entrave que o país enfrentará será o crescimento do déficit em conta corrente. A elevação do déficit será o preço que o Brasil terá de pagar para crescer acima do restante do mundo, de acordo com o superintendente da área de pesquisa do banco, Ernani Torres. No entanto, ele não acredita que o déficit em conta corrente vá comprometer o crescimento da economia, a não ser que o mercado internacional considere seu tamanho insustentável. De qualquer forma, o avanço brasileiro deverá ser sustentado pela demanda interna. No Brasil, o consumo interno foi considerado fundamental para a sustentação da economia na crise. Na retomada do crescimento, o investimento foi a última variável a se recuperar. A projeção é de uma recuperação forte da taxa de investimento nos próximos cinco anos. Neste ano ela ainda deverá situar-se em 19% do PIB. A previsão é de que a taxa de investimento do país alcance 19,7% do PIB em 2011, salte para 20,4% no ano seguinte e, em 2013, chegue a 21,4% do PIB. Em 2014, as previsões são de que atinja 22,2%. (Valor Econômico – 24.05.2010)