O setor elétrico brasileiro se articula para obter uma nova fonte de financiamento com o lançamento de títulos no mercado financeiro. A ideia é que os empreendimentos de energia, como as construções de hidrelétricas, possam ter títulos de renda fixa distribuídos no mercado para qualquer tipo de investidor. O assunto foi objeto de discussão há três anos, mas naquele momento os empreendimentos elétricos apresentavam rentabilidade bastante baixa para atrair investidores. Para Jorge Sant'anna, superintendente de engenharia de produtos da Cetip, é grande o potencial para um mercado desses avançar, como ocorreu com os títulos do setor agrícola. Sant'anna explica que, para os títulos agrícolas, não há hoje liquidação física. Ou seja, um investidor pode adquirir direitos sobre determinado lastro sem nunca correr o risco de ter de entregar ou adquirir bois, por exemplo. O mercado de títulos de securitização de energia teria a mesma lógica, diz ele. Para Sant'anna, a conjuntura é favorável para lançamento desses títulos porque há perspectiva de alguma sobra de energia no médio prazo e também existem muitas usinas a serem construídas, o que demandaria muito financiamento. (Valor Econômico – 25.05.2010)
Terça, 25 de maio de 2010
Elétricas querem usar renda fixa para financiar projetos
Cemig tem intenção de continuar crescendo, mas descarta novas aquisições
O Investidores e Controle de Participações da Cemig, Luiz Fernando Rolla, afirma que a Cemig tem a intenção de continuar crescendo no setor elétrico, mas pondera que o mercado anda bastante volátil para que se pense nesse momento em novas aquisições. "Não é um bom momento para comprar ativos", ponderou, durante um evento do Instituto Brasileiro de Relações com Investidores (Ibri), do qual é presidente do conselho de administração. A Cemig planeja, no entanto, disputar os leilões de energia e a licitação de transmissão que o governo federal pretende realizar este ano. "Temos interesse nas usinas, mas vamos estudar para determinar quais projetos disputaremos", afirma Luiz Fernando Rolla. De acordo com o executivo, o foco são as usinas de grande porte, que permitem maior ganho de escala. A afirmação é uma sinalização de que a companhia pode ter maior interesse pelas hidrelétricas do rio Teles Pires. O diretor da Cemig afirma ainda que é provável que a companhia forme parcerias para disputar esses leilões. A estratégia serviria para diminuir riscos e reduzir os desembolsos. (Estado de São Paulo – 24.05.2010)
Cemig avalia participar de leilões de energia em 2010
A Cemig avalia sua participação nos leilões de energia de geração e transmissão a serem realizados em 2010, informou nesta segunda-feira, o diretor de Finanças da estatal mineira, Luiz Fernando Rolla. Ele acrescentou, porém, que a empresa não vai participar do leilão de reserva de energias renováveis, inicialmente previsto para até o final do primeiro semestre deste ano, mas que deve ser adiado para agosto. "Vamos estudar quais são os projetos que atendem às nossas necessidades", afirmou o executivo a jornalistas após evento com profissionais de Relações com Investidores na capital paulista. De acordo com Rolla, ainda é cedo para dizer se a estatal mineira entrará sozinha ou por meio de consórcios nos futuros leilões, como o de transmissão de energia em 11 de junho e os de geração ainda em 2010. "Sempre cogitamos parcerias para leilões... Isso reduz a necessidade de capital”. (Reuters – 24.05.2010)