A retirada de 1.000 MW da oferta de energia do plano de expansão e a consequente decisão de alteração do nível-meta dos reservatórios para as usinas hidrelétricas do Nordeste, tomada na quinta-feira, tiveram efeito imediato no preço da energia para a indústria. No mercado à vista, em uma semana, a alta foi de 55% e nos contratos privados já chegaram a subir 40%. A expectativa dos consumidores livres é que essa tendência de alta permaneça pelo menos até o fim do ano. As premissas que levam a esse cenário estão embasadas no consumo acima do planejado nesse ano e no fato de que o país pode ter um período seco mais seco do que o de anos anteriores em função do fenômeno "la niña". Na semana passada, a EPE reviu sua previsão de crescimento do consumo para esse ano de 7% para 7,7%. Se o ONS também revisar suas projeções, o preço à vista, medido pelo PLD, é imediatamente afetado. (Valor Econômico – 28.06.2010)
Segunda, 28 de junho de 2010
Preço da energia sobe 50% para a indústria
Uso de térmicas eleva conta de encargos
O acionamento das usinas termelétricas, para garantir o suprimento de energia, já acumulava uma conta de R$ 600 milhões até o dia 21 junho segundo dados da Abrace. Em maio, um documento interno da Aneel dava conta de que no ano inteiro os consumidores pagariam R$ 1 bilhão, mas essa conta deve ser revista para cima depois da decisão de se alterar a curva de aversão ao risco, que basicamente fez com que se elevasse o nível-meta dos reservatórios e, por consequência, fará com que mais térmicas sejam mais demandadas. Nas últimas semanas tem sido comum que até 4.000 MW por dia sejam gerados por usinas termelétricas. Até maio, a necessidade de geração se dava principalmente por razões elétricas, para dar proteção ao sistema, já que as linhas de Itaipu fizeram com que a geração da usina fosse reduzida. Mas desde maio, o ONS tem acionado as térmicas também por razões energéticas, isto é, para garantir água nos reservatórios das hidrelétricas. (Valor Econômico – 28.06.2010)
Distribuidoras corrigem cálculo de tarifa
Todas as 63 distribuidoras de energia do País já aceitaram corrigir a fórmula de cálculo dos reajustes tarifários. De acordo com a Aneel, foi concluído processo de assinatura dos aditivos aos contratos de concessão por todas as empresas do setor. A iniciativa da Aneel previne que as variações no comportamento do mercado distribuição gerem receitas indevidas para as concessionárias. A proposta da agência garante que o ganho de receita gerado pelo crescimento de mercado, referente aos encargos setoriais, seja integralmente repassado aos consumidores na forma de redução nas contas de energia. Sobre a possibilidade de ressarcimento, a Aneel já informou que há dificuldades de precisar o valor excedente pago pelos consumidores até 2004. Outro argumento da agência é o de que o cálculo anterior teria sido acordado por meio de contrato legítimo entre a União e as distribuidoras e, por isso, seria difícil exigir a compensação. (Valor Online – 24.06.2010)