Sem dar muitos detalhes da proposta do candidato José Serra, o interlocutor da área de energia da campanha, David Zylbersztajn, disse nesta terça-feira, que a tendência de um futuro governo Serra é prorrogar as concessões dos ativos do setor elétrico com vencimento por volta de 2015. "O espírito original da lei era que, se tivesse uma prestação adequada do serviço, era para que se prorrogasse [as concessões]. A opinião é pela renovação", afirmou ele, ao comentar a possível prorrogação. Ele ressaltou que há uma grande dificuldade de avaliação dos ativos. Zylbersztajn também criticou o "aparelhamento" das agências reguladoras pelo governo. Para ele, o estado deve ser um planejador e fiscalizador, e não comercializador. O executivo citou a hidrelétrica de Belo Monte como um projeto estatal feito de "maneira açodada". (Canal Energia- 03.08.2010)
Quarta, 4 de agosto de 2010
Serra tende a prorrogar concessões, segundo campanha
Construtora Andrade Gutierrez será sócia de Belo Monte
Derrotada no leilão da usina de Belo Monte (PA), em abril, a construtora Andrade Gutierrez vai entrar no negócio como sócia, após os atuais cotistas assinarem o contrato de concessão com o governo. A assinatura está prevista para 26 de agosto. Na última semana de setembro, deve ser concedida a licença prévia do canteiro da obra. Segundo três fontes - duas do governo e uma do mercado -, as negociações incluem fazer da Andrade Gutierrez uma das empresas que vão liderar o processo de construção da usina, que terá capacidade máxima de 11.200 MW. Também haverá novos sócios autoprodutores. A Andrade Gutierrez vem argumentando que, mesmo que os sócios do projeto decidam contratar um pool de empreiteiras, é importante haver uma grande empresa liderando a construção. Além dela e das construtoras que já integravam a Sociedade de Propósito Específico (SPE), a Odebrecht e a Camargo Corrêa estão na disputa pelo contrato da obra, avaliado pelo governo em cerca de R$ 19 bilhões. (Estado de São Paulo – 04.08.2010)
Andrade Gutierrez terá de adquirir participação societária nas 18 empresas
Por ter perdido o leilão da usina de Belo Monte, a Andrade Gutierrez terá de adquirir participação societária nas 18 empresas que hoje formam a SPE - o que só pode ocorrer depois da assinatura do contrato de concessão. Segundo uma fonte que acompanha as negociações, há duas possibilidades: a Andrade poderia comprar participação de alguma das companhias que detêm fatias menores na sociedade ou adquirir parte das cotas do grupo Eletrobras. Somando as participações da Chesf, da Eletronorte e da holding Eletrobras, o grupo estatal possui 49,98% do projeto. A OAS entrou na SPE depois do leilão, junto com os fundos de pensão. Ao se tornar sócia, com 2,51%, virou candidata natural a conseguir um pedaço do contrato da obra. A tendência, segundo as duas fontes do governo, é de que ela também tenha papel relevante na construção de Belo Monte. (Estado de São Paulo – 04.08.2010)