No dia 31-12 segundo o Valor
(3-01) a ministra do Meio Ambiente Izabella Teixeira teve reunião com delegação
chinesa negociando um acordo de cooperação em recursos hídricos que deverá ser
assinado por Dilma em Xangai, em abril, durante a reunião dos BRIC (Brasil,
Rússia, Índia e China). O acordo deve facilitar investimentos de empresas
brasileiras e chinesas nos dois países, em saneamento e hidroeletricidade, e
permitir troca de tecnologia. Deve-se estranhar e preocupar esta iniciativa sem
a presença de representantes do MME, EPE, BNDES e Eletrobras. Isto porque há
uma preocupação crescente em setores do governo da área de energia e econômica
e dos setores produtivos em relação aos riscos de investimento chineses
predatórios no setor elétrico. A experiência indica, claramente, que o comercio
com a China, em especial quando envolve investimento em equipamentos e outros
bens manufaturados - como é o caso do setor elétrico - não se realiza com mão
dupla. Dada a consolidação do modelo do SEB, a realização continua de leilões
com base em planejamento estratégico da EPE, indicando clara e objetivamente um
volume expressivo de construção de UHE, LT e plantas de energia renovável, o
Brasil corre o risco de sobre, no setor, um processo de desindustrialização. O
fato das autoridades do setor elétrico e econômico, em especial o BNDES não
estarem presentes já seria um sinal de alerta a ser considerado. (Valor Econômico
e GESEL-IE-UFRJ – 03.01.2011)
Segunda, 3 de janeiro de 2011
A Agenda da Dilma para a Integração Energética: China
Estreito inicia operação 15% acima do custo previsto
A usina de Estreito, com
1.087 MW de capacidade, vai finalmente entrar em operação no próximo ano. O
custo total da obra está hoje estimado em R$ 4,75 bilhões, cerca de 15% maior
do que o valor previsto em 2008. Além de mais cara, a usina foi ainda estopim
para que os acionistas minoritários da Tractebel questionassem a forma como a
Suez transfere hoje os ativos na fase final de construção. O presidente da
Tractebel, Manoel Zaroni, diz que o aditivo de cerca de R$ 500 milhões que foi
pago à construtora OAS se deveu a uma série de fatores que não era possível
prever antes do início das obras. A Tractebel assumiu Estreito pagando à Suez
mais de R$ 260 milhões. A CVM determinou que, de agora em diante, a Suez, como
maior acionista da Tractebel e ao mesmo tempo dona dos empreendimentos que são
transferidos à empresa, se abstenha de votar. O próximo desafio será a
transferência de Jirau, outro projeto polêmico que terá que ter o aval dos
minoritários para ser incorporado ao portfólio da Tractebel. (Valor Econômico –
29.12.2010)
Usinas do Tapajós podem ter 15 mil MW
A capacidade de geração de
energia no Complexo do rio Tapajós, na região Norte do País, poderá ser
ampliada em 50% do previsto, passando para até 15 mil MW, informou ontem o
presidente da Eletrobras, José Antonio Muniz Lopes. A intenção da Eletrobras é
que a usina seja leiloada "o mais rápido possível". O objetivo
principal é tentar realizar o leilão em 2012, já que Muniz considera que
preparar todos os estudos para o próximo ano seria "inviável". Ele
acredita que a realização do EIA irá levar ao menos um ano. O presidente da Eletrobras
afirmou que um inventário sobre a hidrologia da região mostra que a UHE de São
Luiz do Tapajós, uma das cinco usinas do complexo, poderá ter a sua capacidade
ampliada em relação ao projeto inicial, passando para 7,88 mil MW. O presidente
da Eletrobrás disse que o objetivo é não alagar o entorno além do que seria
natural nos períodos de cheia do rio. (Valor Econômico – 22.12.2010)