O economista e professor do
Gesel-UFRJ, Nivalde Castro, classificou de "tarifaço às avessas" a
oportunidade de redução de preços que a renovação das concessões possibilitará
ao Brasil, ao afetar estruturalmente o custo da energia. De acordo com ele,
essa decisão é um dos maiores desafios do novo governo, pois o destino de 58
hidroelétricas, 73 mil Km de linhas de transmissão (mais de 50% das linhas
atualmente em operação) dependem dessa decisão. Para o acadêmico, se todos
esses ativos voltarem a ser licitados pode ocorrer uma desestatização em massa,
atingindo ativos de subsidiárias da Eletrobras, da Cesp e da Cemig. Segundo sua
análise, diante da incerteza quanto a segurança jurídica a respeito da fórmula
para calcular a indenização aos antigos concessionários por investimentos
realizados e não amortizados, o que parece mais sensato e realista é propor uma
renovação para os atuais detentores das concessões. Porém, destaca que é
necessário aplicar uma fórmula que traga benefícios para todos os consumidores.
É o que tem sido chamado de "renovação com oneração" para o atual
concessionário, que seria obrigado a fornecer uma parcela importante da energia
a um preço abaixo do mercado, como feito no Canadá. (DCI – 19.01.2011)
Quarta, 19 de janeiro de 2011
GESEL: renovação das concessões possibilitará redução dos preços de energia elétrica, segundo Nivalde Castro
MME assina concessão da hidrelétrica Colíder
O MME informou que o ministro
Edison Lobão assinou nesta semana o contrato de concessão para construção e
exploração comercial da hidrelétrica Colíder, no rio Teles Pires (MT), em favor
da Copel-GT. De acordo com o MME, o investimento estimado é de R$ 1,3 bilhão. O
empreendimento acrescentará 300 MW ao sistema nacional de transmissão. A usina
produzirá 180 MW médios, dos quais 125 WM médios foram comercializados para
atender as distribuidoras de energia ao preço de R$ 103,40/MWh, pelo prazo de
30 anos. O início do fornecimento de energia está previsto para 2015. O deságio
oferecido pela Copel chamou a atenção do mercado que chegou a acreditar que a
empresa também levaria a usina de Teles Pires. Mas não foi o que aconteceu,
tendo a Copel dado lance longe do vencedor. (Valor Econômico – 19.01.2011)
Ativistas colhem assinaturas contra Belo Monte pela internet
A rede de ativistas Avaaz.org
colhe assinaturas de internautas contra a construção da hidrelétrica de Belo
Monte, no rio Xingu (PA). A página eletrônica do movimento informa que, até
agora, já recebeu mais de 260 mil assinaturas. O texto da organização ativista
alega que a construção da usina terá uma dimensão maior que a do Canal do
Panamá, na América Central, inundando pelo menos 400 mil hectares de floresta,
expulsando 40 mil indígenas e as populações locais. A entidade argumenta ainda
que a capacidade de geração da usina, estimada em 11 mil MW, poderia ser
"facilmente" gerada com maiores investimentos em eficiência
energética. Do lado do governo, Belo Monte é defendido por ser um
empreendimento que irá garantir geração de um grande volume de energia elétrica
considerada de fonte renovável, sem emissão de poluentes, e o desenvolvimento
regional com o total de investimento superior a R$ 20 bilhões. (Valor Online –
18.01.2011)