O BNDES vetou financiamento
de R$ 587,8 milhões à hidrelétrica Serra do Facão, em Goiás, após a empresa
Companhia Energética Serra da Carioca 2 entrar no negócio no começo de 2008. O
empreendimento era tocado por Furnas. Em julho de 2008, pouco mais de um mês
após o veto do BNDES, Furnas resolveu comprar a parte da Serra da Carioca no
negócio. A compra está sob suspeita porque a estatal pagou R$ 73 milhões a mais
pelas ações em relação ao valor pelo qual a empresa as havia adquirido oito
meses antes de outra companhia, chamada Oliveira Trust. A transação foi
divulgada ontem pelo jornal "O Globo". A Folha apurou que o BNDES
justificou sua decisão de suspender a ajuda financeira, em 2008, com o fato de
que sócios e investidores na Serra da Carioca haviam sido investigados pela CPI
dos Correios, que em 2005 apurou o mensalão e suposta corrupção em estatais. (Folha
de São Paulo – 28.01.2011)
Sexta, 28 de janeiro de 2011
Furnas compra ação após veto do BNDES
Furnas divulga nota explicando transação
A estatal Furnas afirma, por
meio de nota, desconhecer o veto do BNDES. Diz também que a Companhia
Energética Serra da Carioca 2 fez, até agosto de 2008, aporte de cerca de R$ 75
milhões no empreendimento de construção da hidrelétrica em Goiás. "Assim,
o montante pago por Furnas pelas ações de sua titularidade correspondeu aos
valores efetivamente por ela aportados e, consequentemente, investidos nas
obras da usina Serra do Facão", afirmou a estatal, na nota.
"Reiteramos que as decisões envolvem análise prévia de seus aspectos
técnicos, financeiros e jurídicos por áreas especializadas, aprovação por
diversas instâncias", diz a nota. O texto ainda afirma que depois, essas
análises "estão sujeitas à apreciação por órgãos fiscalizadores como
auditorias interna e externa". A Companhia Energética Serra da Carioca nega
ter sido beneficiada por políticos e confirma aportes de recursos que
justificam o valor da venda. (Folha de São Paulo – 28.01.2011)
Empresa foi montada duas semanas antes de fechar negócio com Furnas
A Companhia Energética Serra
da Carioca II, que comprou ações de um grupo privado por R$6,9 milhões e as
vendeu, sete meses depois, por R$80 milhões a Furnas Centrais Elétricas, foi
constituída apenas duas semanas antes de entrar no negócio. As ações
corresponderam a 29% do capital da Serra do Facão Participações, responsável
pela construção de usina hidrelétrica