O impacto do megadesastre
japonês nas escolhas energéticas do mundo e do Brasil é difícil de prever. O
físico nuclear José Goldemberg esteve em abril em uma rodada de conferências
nos Estados Unidos e ouviu a posição americana pelas explicações de Ernest
Moniz, especialista na área, professor do Massachusetts Institute of Technology
(MIT) e ex-secretário-adjunto de energia do governo Clinton. Moniz pontuou cinco
tópicos no que aposta ser o mundo pós-Fukushima. O primeiro é que o impacto vai
variar de país para país, as respostas serão diferentes e não haverá uma
tendência única. O segundo é que energia nuclear ficará mais cara e, portanto,
menos competitiva. "Ninguém mais aceitará a construção de novos reatores
com as mesmas regras de segurança usadas até agora", diz Goldemberg. O
futuro será de reatores menores, o que pode fazer que a renascença nuclear leve
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Segunda, 9 de maio de 2011
Especialista analisa mundo pós-Fukushima
Pesquisa investiga rejeição à geração de energia nuclear pós-Fukushima
A rejeição ao nuclear como
forma de produzir eletricidade no mundo foi investigada na pesquisa
"Global Barometer on Nuclear Energy", realizada em 47 países pela
rede Worldwide Independent Network of Market Research (WIN). Foram
entrevistadas 34 mil pessoas poucos dias depois do terremoto. No Brasil, o
Ibope ouviu 1.001 pessoas e mostrou que 54% dos entrevistados são contrários ao
uso de energia nuclear no país - a oposição era de 49% antes do drama japonês.
O Marrocos é o país com maior percentual de gente preocupada com um acidente
nuclear (82%), seguido pela China (81%). O Brasil ficou em 13º lugar. (Valor
Econômico – 06.05.2011)
Financial Times critica reação alemã ao acidente de Fukushima
Nenhum país foi tão
contundente quanto o alemão em reagir internamente ao que ocorria no Japão. A
chanceler Angela Merkel anunciou o encerramento das centrais que começaram a
funcionar antes de 1980, por três meses no mínimo, suspendendo a decisão de
prolongar a vida das usinas que havia tomado meses antes. Esse vaivém foi
criticado em editorial do britânico "Financial Times". O jornal dizia
que a "histeria não é uma qualidade que se associa aos políticos
alemães". As críticas enxergavam manobra eleitoreira por trás da decisão.
Merkel estaria tentando evitar a derrota de seu partido nas eleições do Estado
de Baden-Würtemberg, reduto tradicional da União Democrata Cristã (CDU). Não
adiantou nada. Os verdes e os social-democratas foram para o topo. (Valor
Econômico – 06.05.2011)