O governo desistiu
definitivamente de explorar todo o potencial hidrelétrico da Amazônia. A
decisão, acertada em reunião do CNPE, se deve não só à complexidade de
empreendimentos em região tão sensível do ponto de vista ambiental, como também
promissora oferta de gás natural dos campos do pré-sal, na Bacia de Santos.
Embora resolva um problema, ao poupar parte do bioma amazônico, a decisão cria
outro, ao exigir soluções que reduzam o impacto tarifário de gás tão caro
quanto distante do litoral brasileiro. Presidente da EPE, Mauricio Tolmasquim
lembra que a Amazônia concentra praticamente 70% dos aproveitamentos hídricos
ainda com potencial energético do país. Embora faça questão de desvincular a
decisão dos arranhões na imagem do país provocados pela pressão internacional
contra a usina de Belo Monte, no Rio Xingu (PA), Tolmasquim é taxativo: as
restrições ambientais da Amazônia impõem um limite de, no máximo, 20 anos para
aproveitamento do potencial energético da região. "A exploração desses
potenciais se esgotará em, no máximo, 20 anos. Depois disso, o país terá que
buscar outros meios de ampliar, no longo prazo, a oferta de energia. Em
infraestrutura, 20 anos é um prazo que não é longo. É logo ali", afirmou.
(Brasil Econômico – 10.05.2011)
Terça, 10 de maio de 2011
Governo reduzirá exploração hídrica da Amazônia
Projetos para o Rio Xingu não serão erguidos
Os projetos previstos para o
Rio Xingu, no Pará serão diretamente afetados pelo recuo do governo em relação
ao aproveitamento do potencial hidrelétrico da Amazônia, admite o presidente da
EPE, Mauricio Tolmasquim. Lá, onde será erguida a polêmica usina de Belo Monte,
não será construída nenhuma das outras cinco hidrelétricas previstas
originalmente desde os anos 1970. O executivo evita especificar que outros empreendimentos
serão sacrificados, mas afirma que a decisão não afeta Belo Monte e outras que
dependem apenas de licenciamento para o governo leiloar. (Brasil Econômico –
10.05.2011)
Tolmasquim: hidrelétricas são vetor de desenvolvimento
Apesar da decisão de não mais
explorar todo o potencial hidrelétrico da Amazônia, o presidente da EPE,
Mauricio Tolmasquim, refuta críticas quanto aos impactos das hidrelétricas
sobre o meio ambiente. Afirma que, ao contrário,tais usinas podem representar
um salto não só do ponto de vista ecológico, mas social, mesmo na Amazônia.
"Hoje, o conceito que orienta esse tipo de construção é diferente do que
prevalecia há alguns anos", diz. "Uma hidrelétrica é muito mais do que só uma fábrica de
energia; é um vetor de desenvolvimento.
Sem Itaipu, por exemplo, a região de Foz
do Iguaçu e o Paraguai, principalmente, seriam muito pobres." (Brasil
Econômico – 10.05.2011)