Os custos de operação e
manutenção e os investimentos para a modernização de usina serão as principais
referências do MME para definir o preço da energia das concessões de geração
que irão vencer a partir de 2015. Esses dois critérios serão usados pelo
governo federal para definir o limite de rentabilidade das empresas que irão
operar os ativos, repassando a diferença em relação ao preço de venda para
reduzir a tarifa para o consumidor. Em evento na capital paulista, o
secretário-executivo do MME, Márcio Zimmermann, disse que, a despeito da
solução para as concessões, os custos de O&M e a necessidade de
investimentos adicionais serão os parâmetros para determinar o retorno dos
empreendedores. Segundo Zimmermann, os recursos obtidos com a solução das
concessões, seja por meio da renovação, seja pela licitação dos ativos, serão
usados para abater a TUST. (Estado de S. Paulo – 20.07.2011)
Quarta, 20 de julho de 2011
Operação e investimentos definirão preço da energia
Zimmermann: futuro das concessões
O secretário-executivo do
MME, Márcio Zimmermann, afirmou que não importa a decisão sobre a questão do
fim das concessões em 2015, os atuais concessionários não terão ganhos de valor
com os ativos. "Se concedemos mais 30 anos, o dono vende a empresa e terá
valor com isso. E esse foi o modelo anterior. Desta vez é o consumidor quem vai
ganhar", disse Zimmermann quando questionado sobre o desejo da Cesp,
companhia paulista de geração, em vender seus ativos. "Ela pode vender,
mas para operar até 2015." A proposta é que os ganhos sejam absorvidos por
meio de redução das tarifas do uso de sistema de transmissão, porque atingem a
totalidade dos consumidores, segundo Zimmermann. "O que será disputado é o
custo da operação e manutenção", disse o secretário. (Valor Econômico –
20.07.2011)
Pinguelli: Belo Monte se tornou problema mal resolvido
Ao fazer palestra nesta
sexta-feira (15) durante a 63ª Reunião Anual da Sociedade para o Progresso da
Ciência (SBPC), o físico Luiz Pinguelli Rosa, diretor da Coppe da UFRJ, disse
que faltou ao governo chegar a um acordo com a sociedade sobre os termos para
construir a Usina Hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu (PA). Para ele, o
empreendimento se transformou “em um problema mal resolvido”. De acordo com
ele, Belo Monte não terá um impacto tão grande quanto tem sido mencionado. “O
governo deveria ter consultado a sociedade” sobre a construção da usina,
reforçou o físico. Apesar da falta de consulta, Pinguelli defende a exploração
dos rios brasileiros como fonte renovável, sob o argumento de que eles têm
vantagens comparativas em relação a outras formas de geração de energia
elétrica. Embora tenha alto potencial elétrico e haja grandes projetos em
andamento, a participação da energia hidrelétrica diminuirá no conjunto das
fontes de energia geradas no país, projeta Pinguelli. A participação deverá ser
de 71% em 2015 – 8,3 pontos percentuais a menos do que era em 2010. Segundo o
físico, o uso de energia eólica crescerá de 0,8% para 3,8% de participação, mas
também haverá aumento das usinas poluentes movidas a carvão, a óleo e a gás. (DCI
– 18.07.2011)