Símbolo das mudanças que a
presidente Dilma Rousseff pretendia fazer na Eletrobras, Furnas, estatal de
maior orçamento do setor, de mais de R$ 9 bilhões, segue, seis meses depois da
posse, quase intacta. Depois de uma queda-de-braço com o PMDB, Dilma tirou o
presidente da estatal Carlos Nadalutti, apadrinhado do deputado federal Eduardo
Cunha (RJ), vice-líder do partido na Câmara, mas manteve intactas todas as
diretorias. Funcionário de carreira da estatal, Nadalutti não poderia ser
demitido. O novo presidente, Flávio Decat abrigou-o como assessor de seu
gabinete. As expectativas de mudança foram alimentadas pela carta, divulgada em
janeiro deste ano pelos funcionários de Furnas que listava o loteamento
político da estatal e os prejuízos ao erário dele decorrente. A escolha de
pessoas da confiança de Dilma para a presidência de Furnas e da Eletrobras,
chegou a ser utilizada como justificativa pelo governo para que novas frentes
de conflito não fossem abertas.(Valor Econômico – 25.07.2011)
Segunda, 25 de julho de 2011
Seis meses depois, Furnas só trocou de presidente
Chesf ainda mostra resistência em relação à marca Eletrobras
Fontes do setor próximas às
empresas dizem que Chesf e Furnas, donas de orçamentos conjuntos de R$ 17
bilhões, continuam apresentando dificuldades nos processos de negociação. A
Chesf, por exemplo, ainda se recusa a utilizar o nome Eletrobras e a
expectativa de que pelo menos o presidente seria alterado não se concretizou
até agora. Com sede em Pernambuco, a Chesf foi uma das protagonistas na
"revolta" das subsidiárias com o início de uma estruturação da
Eletrobras que deixe o centro de decisão na holding. O presidente da empresa,
Dilton da Conti Oliveira, indicado pelo PSB, diz que isso já foi resolvido. Mas
pequenos detalhes chamam a atenção, como a recusa da empresa a adotar a marca
Eletrobras como fizeram outras subsidiárias. Nem mesmo o site da companhia a
coloca como empresa do grupo. (Valor Econômico – 25.07.2011)
Trabalhadores da Eletrobras acenam com nova paralisação
Após a paralisação de 48
horas encerrada na última quinta, 21 de julho, os trabalhadores do Sistema
Eletrobras já admitem nova paralisação caso não ocorra uma sinalização do
governo na reabertura no canal de negociação. A definição sairá após reunião do
Coletivo Nacional dos Eletricitários, que nos próximos dias 26 e 27 se reúne em
Brasília para discutir o assunto. Há a possibilidade de uma nova paralisação de
72 horas ou greve por tempo indeterminado. Para Fernando Pereira, Secretário de
Energia da Federação Nacional dos Urbanitários, o principal entrave na
negociação é justamente estabelecer um canal de interlocução. "A
Eletrobras diz que está aguardando orientação do governo, mas o governo diz que
é isso mesmo e ninguém diz nada, uma falta de respeito muito grande com os
trabalhadores da empresa". Pereira critica ainda a falta de autonomia do
presidente da empresa, sem poder para negociar com os trabalhadores sem aval do
governo. (Agência CanalEnergia – 22.07.2011)