As distribuidoras do país
passam a viver uma nova realidade com o terceiro ciclo de revisão tarifária,
que foi aprovado esta semana pela diretoria da Aneel. Mas o resultado final do processo de
estabelecimento das regras do ciclo está longe de ser unanimidade. O professor
Nivalde de Castro, coordenador do GESEL/UFRJ, concorda com a visão da Aneel de
que o ciclo deve capturar essa nova realidade econômica do país. "Como o
cenário macroeconômico está melhor, com tendência de queda de taxas de juros,
estabilidade do mercado e crescimento sustentável da demanda de energia
elétrica, o agente regulador tem capturar isso e dar um benefício para o
consumidor", observou o especialista, lembrando que o cenário do segundo
ciclo foi diferente, o que acabou beneficiando as distribuidoras. "Há
quatro anos atrás, a avaliação da Aneel foi de que o cenário ainda não era
seguro, então, tinha que garantir o equilibrio economico financeiro das distribuidoras
fazendo uma tarifa que suporte esta instabilidade. Quem pagou isso foi o
consumidor, agora tá na hora do consumidor receber os benefícios da
estabilidade econômica", completou. (Agência CanalEnergia – 11.11.2011)
Quarta, 16 de novembro de 2011
GESEL: Aneel deve capturar essa nova realidade econômica do país
GESEL: Investimentos das distribuidoras são remunerados pela tarifa e por isso não se reduzirá
As distribuidoras argumentam
que poderão ter problemas em acompanhar a necessidade de investimento para os
próximos anos e que se prejudicarão com o terceiro ciclo de revisão tarifária.
Mas, a Aneel assegura que com os novos parâmetros da revisão, as empresas têm
garantidos R$ 11 bilhões por ano para investimentos. Nivalde de Castro,
Coordenador do GESEL/UFRJ lembra que os investimentos das distribuidoras são
remunerados pela tarifa, conforme a regulação do setor, por isso, não deve
haver redução de investimentos. "O que vai acontecer é que as
distribuidoras vão ter que trabalhar com uma parcela maior de capital de
terceiro. O argumento das distribuidoras está equivocado por conta desta possibilidade
que é dada a um setor regulado", ponderou. "O que a aneel está
colocando é se a qualidade do serviço não se mantiver dentro da média, a
empresa vai ser penalizada não com multa, mas com perda de receita de tarifa, o
que fará com que as distribuidora priorizarem essa questão da qualidade",
avaliou Castro. (Agência CanalEnergia – 11.11.2011)
GESEL: Empresas pouco eficientes correm o risco de troca de colaboradores
As empresas como as
distribuidoras da Eletrobras, Celg (GO), CEA (AP) e Celpa (AP) devem sofrer
mais com a revisão, em decorrência justamente, dos indicadores de qualidade.
Para o professor Nivalde de Castro, coordenador do GESEL/UFRJ as empresas pouco
eficientes correm o risco de passar por troca de controladores, com a liderança
dos mais eficientes. "Isso de certa maneira faz parte da lógica do
capitalismo, o estimulo a concorrência, guardadas as devidas especificidades do
setor regulado", observou. No caso da Eletrobras, o especialista acredita
que a empresa pode ser obrigada a mudar novamente a gestão administrativa das
distribuidoras. Ele identifica na influência da política estadual, o principal
problema dessas empresas. "Os problemas que a Eletrobras enfrenta não é
mais do ponto de vista da holding, mas local pelas influências políticas, como
na questão da inadimplencia de grandes consumidores", exemplificou. Para
Castro, pode ser até necessário que a estatal busque sócios para dirigir essa
distribuidoras. (Agência CanalEnergia – 11.11.2011)