Nivalde de Castro,
coordenador do GESEL/UFRJ, em entrevista quanto a possibilidade do governo
retirar a indexação à inflação dos contratos dos próximos leilões de energia
nova, disse que do ponto de vista da
política monetária brasileira, a proposta é muito interessante. Inclusive,
ainda de acordo com ele, essa proposta foi estudada em 2004 e 2005 e pensou-se
em criar um índice de inflação específico para o setor elétrico, mas isso não
foi adiante. No entanto, o problema, segundo ele, de se tirar a indexação das
tarifas é que isso esbarra numa série de dificuldades no que diz respeito ao
financiamento dos projetos. "Na realidade, como os contratos são de longo
prazo, eles que dão a garantia para a obtenção do financiamento, sendo que o
financiamento é indexado também", observou. Para Castro, na hora em que se
tira na ponta da venda da energia a indexação da tarifa, cria-se um risco
inflacionário, por que vai ser gerado um custo para o empreendedor na hora de
obter o financiamento do BNDES. "Eu acho difícil a implementação dessa
proposta. Mas a idéia é pertinente para a indexação dos custos das
distribuidoras pelo IGP-M. Essa cláusula foi criada nos anos 90 para atrair os
investidores internacionais, mas hoje isso não tem mais o menor sentido",
comentou o professor. (Agência CanalEnergia – 25.11.2011)
Segunda, 28 de novembro de 2011
Gesel/UFRJ possibilidade de desindexação dos novos contratos dificultará a obtenção de financiamento para os projetos
Abraceel acredita que possibilidade de desindexação dos novos contratos será benéfica para o consumidor
O presidente da Abraceel,
Reginaldo Medeiros, ao ser ouvido pela Agência CanalEnergia quanto a
possibilidade do governo retirar a indexação à inflação dos contratos dos
próximos leilões de energia nova, afirmou que a proposta seria interessante
para o consumidor. Ele calculou que uma hidrelétrica que venda hoje energia em
um leilão por R$100/MWh, no final do contrato de 30 anos mais cinco anos de
carência, essa energia custará quase R$ 1000/MWh, considerando-se uma inflação
de 6,5% ao ano. "Isso é extremamente desagradável para o consumidor. Não é
porque a concessão é de 30 anos, que o contrato tem que ser de 30 anos",
avaliou o executivo. Segundo ele, a indexação poderia ser feita por 10 anos,
por exemplo, somente para pagar o projeto e depois essa energia ficaria livre
para as distribuidoras comprarem por um preço a ser dado pelo mercado.
"Esse é um mecanismo muito melhor de pressão para a redução de custo para
o consumidor final.", defendeu. (Agência CanalEnergia – 25.11.2011)
TCU exige plano de ação sobre fim de concessões do setor elétrico
O TCU informou nesta
sexta-feira ter determinado nesta semana que o governo elabore um plano de ação
sobre o vencimento dos contratos de concessão do setor elétrico, previsto para
ocorrer a partir de 2015. O relator do processo no tribunal foi o ministro José
Múcio. Na decisão, o TCU fixou prazo de 60 dias, tanto à Aneel como ao MME,
para que cada órgão elabore o seu plano de ação sobre o tema. Segundo o TCU, a
agência reguladora deverá fornecer informações detalhadas como datas,
atribuições e responsáveis, de forma que o documento ofereça condições de
avaliação dos ativos das concessões envolvidas. Já o ministério, segundo o
tribunal, deverá apresentar planos de ação sobre a definição do modelo e as
eventuais implicações econômicas. O documento também deverá conter a
metodologia para a fixação de tarifas e preços associados às concessões
envolvidas. (Valor Online – 25.11.2011)