Um documento do GESEL-UFRJ
sobre o PDE 2020 mostra que as dificuldades para licenciamento de linhas de
transmissão podem comprometer diretamente a expansão da matriz elétrica
brasileira. Além disso, há uma preocupação no que diz respeito ao avanço da
fronteira elétrica brasileira, que aos poucos acabou chegando na região
Amazônica, o que exigirá grandes linhões de transmissão - e maiores impactos no
meio ambiente. Um dado do estudo mostra que, dentre os lotes de concessões de
linhas de transmissão contratados entre 1999 e 2009, um grande número de
projetos estão atrasados - montante “muito superior às antecipações,
independente das concessões serem empreendimentos públicos, privados e em
parceria público-privado”. O GESEL também aponta entraves no licenciamento no
setor de geração, notadamente quanto às hidrelétricas. Um bom exemplo é o
resultado leilão A-5, em que apenas uma UHE teve sua energia comercializada. Um
exemplo deste cenário que envolve os atrasos no setor de transmissão e que,
segundo o GESEL, pode comprometer o PDE 2020, é o escoamento da energia da
hidrelétricas do Complexo Madeira - Jirau e Santo Antônio. A conclusão final do
estudo, que tem como objetivo principal apontar os entraves do setor elétrico,
também mostra que as usinas eólicas e a biomassa são consideradas, no PDE, como
complementares às hidrelétricas. No planejamento, porém, elas são mostradas
como com geração contínua durante o período seco, o que é visto como
"bastante questionável", ao menos quanto à geração a vento,
"dada a pouca quantidade de medições dessa fonte e pela sua concentração
na região Nordeste". Para o grupo, haverá necessidade de complementação
termelétrica. (Jornal da Energia – 10.01.2012)
Quarta, 11 de janeiro de 2012
GESEL: atrasos em transmissão comprometem planos para expansão do parque gerador, aponta estudo
GESEL: preocupação com atrasos e incerteza de geração de parques eólicos
Um terço das usinas de fonte
eólica com outorga de concessão concedida encontra-se com atrasos. Esses
empreendimentos fora de prazo contabilizam 1,6GW, dos quais 680MW são do
primeiro certame voltado à geração dos ventos, realizado em 2009. O restante é
de plantas que venderão a produção no mercado livre ou para autoprodução. Os
números aparecem em análise do GESEL-UFRJ sobre o Plano Decenal 2020. De olho
no planejamento, os especialistas mostram preocupação e alertam que a maior
parte dos atrasos tem acontecido devido ao licenciamento ambiental ou à
dificuldade de obtenção de financiamento. O levantamento, porém, faz a ressalva
de que não existe ausência de recursos para empréstimos ao setor, mas sim
"dificuldades de alguns empreendedores em atenderem às exigências do
BNDES, sobretudo no que se refere às garantias". (Jornal da Energia –
10.01.2012)
GESEL: “risco técnico-histórico” aos novos projetos eólicos no Brasil
De acordo com a análise do
GESEL-UFRJ sobre o Plano Decenal 2020, um terço das usinas de fonte eólica com
outorga de concessão concedida encontra-se com atrasos. Assim, o GESEL-UFRJ vê
"um risco técnico-econômico inerente a estes novos projetos eólicos
relacionado ao parco histórico de medições de ventos no Brasil que são base
para a definição do fator de capacidade de cada empreendimento". De acordo
com a análise, "caso os fatores de capacidade não se verifiquem, a
viabilidade econômica dos empreendimentos ficará comprometida". Nesse
ponto, o grupo da UFRJ lembra que é também "preciso maior atenção em
relação aos custos das instalações e serviços para a implantação de parques eólicos,
normalmente localizados em regiões inóspitas, com infraestrutura deficiente,
que onera esses custos". Para os especialistas, muitas vezes os
investidores têm "uma preocupação quase que restrita ao custo dos
equipamentos", que representam, em média, 70% do valor de um projeto de
geração a partir do vento. (Jornal da Energia – 10.01.2012)