O governo de Pernambuco
anunciou que não permitirá a instalação no Estado da termelétrica Suape III, do
Grupo Bertin, que será movida a óleo diesel. Segundo o governo, os investidores
já foram informados da decisão de exigir que a usina seja convertida para o uso
de gás natural, menos poluente. A usina foi desenvolvida pela Star Energy,
subsidiária do Grupo Bertin, e seria a maior térmica do mundo. O projeto, com
capacidade de geração de 1.452MW, foi anunciado em setembro de 2011 e estava
orçado em R$2 bilhões. O complexo era fruto do agrupamento, em um único local,
de cinco térmicas viabilizadas por um leilão de energia realizado em 2008. A
entrada em operação precisaria acontecer em janeiro de 2013. O cancelamento da
térmica, que enfrentava protestos de ambientalistas, cria mais um revés para o
Grupo Bertin, que tem 25 usinas em atraso e já teve uma autorização cassada
pela Aneel. (Jornal da Energia – 16.04.2012)
Terça, 17 de abril de 2012
Governo de Pernambuco cancela autorização para megatermelétrica da Bertin
GESEL: veto a térmica da Bertin pode reduzir sobrecontratação de distribuidoras
O veto anunciado pelo governo
de Pernambuco a uma megatermelétrica a óleo que o Grupo Bertin deveria
construir em Suape deve ajudar a reduzir os problemas das distribuidoras com a
sobrecontratação de energia elétrica. Isso porque com o cancelamento da usina,
1,4GW em potência instalada que já estava contratado desaparece dos balanços
das concessionárias de distribuição. O pesquisador Roberto Brandão, do
GESEL-UFRJ, afirma que uma parte das sobras de energia alegada por essas
empresas está atrelada a projetos como a UTE Suape III, que não vai mais sair
do papel. "Esse é um dos casos, mas tem outros. Tem energia sobrando? Nem
tanto assim", aponta Brandão. Para ele, a própria Bertin e a Multiner
possuem muitos projetos que somam "problemas sérios de cronograma" há
anos e dificilmente se viabilizarão como previsto. (Jornal da Energia –
16.04.2012)
GESEL: sobrecontratação tem que ser resolvida
Nesta terça-feira (17/4), a
Aneel analisa um pedido da Bertin para suspender contratos de venda de energia
fechados por projetos com problemas. A proposta conta com o apoio das
distribuidoras, que querem reduzir a sobrecontratação, mas tal mecanismo não
está previsto nas leis do setor elétrico. O pesquisador do GESEL-UFRJ, Roberto
Brandão, diz não ter uma opinião formada sobre o tema, mas faz alguns
questionamentos. "Não faz sentido que o País compre uma energia que
possivelmente nunca vai se materializar. Também não faz sentido você aceitar
atrasos de anos nos cronogramas. E é muito ruim as empresas continuarem
sobrecontratadas. Isso tem que ser resolvido, senão começa a dar uma
sinalização errada". (Jornal da
Energia – 16.04.2012)