O vencimento das concessões
deverá ser utilizado como base para se iniciar um processo de reestruturação
nas tarifas de energia. De acordo com um estudo realizado pelo Gesel/UFRJ, para
que ocorra uma redução substancial e duradoura nas tarifas, os cortes deverão
ser feitos em todos os itens que compõem a estrutura tarifária. Segundo Nivalde
de Castro, coordenador do Gesel/UFRJ, além do vencimento das concessões, que
acontecerá em 2015, um segundo ponto que já está sendo estudado pelo Ministério
da Fazenda e que ajudará no processo de desoneração, é a desindexação dos
contratos de energia. Atualmente, os contratos são corrigidos pelo IPCA. No
entanto, se o preço de um desses produtos sobe, a inflação aumenta e impacta o
preço da energia. O estudo indica, ainda segundo Nivalde, que o governo não
pensa em lançar um pacote para reduzir as tarifas de energia, mas sim iniciar um
processo de desoneração, que pode levar algum tempo até ter o efeito desejado.
"A renovação das concessões só vai começar a impactar as tarifas em 2015.
No caso dos impostos, é preciso conversar com os governos estaduais, que cobram
o ICMS, e tem que ver ainda como reduzir os encargos", analisou o
professor. Ainda no caso dos impostos, de acordo com o coordenador do Gesel, o
governo pode também simplificar o PIS/Cofins. "Mas isso não pode ser feito
abruptamente, porque se não, impacta a receita pública", comentou. Ele
acredita ainda que o governo deve tomar alguma providência no sentido de dar
mais transparência aos contratos do mercado livre, criando, por exemplo, um
índice de preços. "Se for dada mais transparência a esse mercado, o preço
que os consumidores pagam será reduzido e isso estaria dentro desse processo de
redução do preço das tarifas. Por isso, que na avalição do Gesel, o que será
feito nesse processo é tirar um pouquinho de cada item da estrutura de custo
das tarifas", contou. (Agência CanalEnergia – 30.05.2012)
Quinta, 31 de maio de 2012
GESEL: processo de redução das tarifas passará por cortes em toda a estrutura
Erro tarifário: julgamento no TCU fica para junho
Os consumidores que esperam
uma decisão sobre o ressarcimento de cerca de R$ 7 bilhões que teriam sido
cobrados a mais por conta de um erro no cálculo do valor da conta luz terão que
esperar mais alguns dias para saber o resultado do pleito. O TCU prorrogou para
a segunda semana de junho o julgamento da questão “em razão da chegada de novos
documentos”. Anteriormente, o TCU pretendia julgar a ação até o dia 30 de maio,
data da última sessão de maio, as medidas tomadas pela Aneel para resolver a
questão. Mas, por conta do recebimento de novos documentos, estes enviados
pelas próprias entidades de defesa do consumidor, a casa decidiu por dar
continuidade à análise do processo. (Jornal da Energia – 30.05.2012)
Empresas precisarão de garantia bancária para operar no mercado de energia
A CCEE pretende exigir que as
empresas que operam no mercado de curto prazo de energia sejam garantidas por
instituições financeiras. Segundo o presidente do Conselho de Administração do
órgão, Luiz Eduardo Barata Ferreira, a proposta está em fase final e deve ser
apresentada à Aneel até o final desta semana. O membro do Conselho da CCEE,
Ricardo Lima, afirma que o atual sistema exige que os agentes aportem garantias
com base num cálculo de quanto eles movimentam em um período de quatro meses, o
que representa um volume financeiro “muito grande”. A ideia agora, segundo
Lima, é estabelecer um limite operacional para cada empresa que faz parte do
sistema. As companhias, então, teriam que apresentar ao mercado um banco “de
primeira linha”, que daria a garantia até aquele montante. Esse limite seria
definido com base na capacidade de produção de energia (para geradores), da
carga (para consumidores) e das negociações a serem fechadas (no caso dos
comercializadores). O sistema poderia começar a ser implantado em 2013, com um
período de transição, para que as empresas se enquadrem. (Jornal da Energia –
30.05.2012)