O primeiro gerador de energia
eólica do Brasil foi instalado há duas décadas, em Fernando de Noronha, quando
a Eco-92 discutia ambiente e desenvolvimento. A energia dos ventos tem presença
tímida na matriz energética brasileira -1,26% do total-, mas vem conquistando
território sem alarde. Até 2020, deve representar 7%, prevê a EPE. Uma
combinação de subsídios, redução de impostos como ICMS e IPI, aumento da
eficiência dos equipamentos e crise internacional ajudam a explicar a revolução
silenciosa da energia eólica. O salto veio mesmo em 2011, quando o preço do MWh
da energia eólica alcançou R$ 100 e se tornou paritário com o das grandes
hidrelétricas. Em 2004, produzir energia eólica custava R$ 300 o MWh. Foi nessa
época que o governo começou a subsidiar fontes alternativas por meio do
Proinfa. "A eólica saiu de uma condição subsidiada para a de uma energia
competitiva. Agora, é preciso fortalecer a indústria de equipamentos", diz
Elbia Melo, presidente da Abeeólica. (Folha de São Paulo – 05.06.2012)
Terça, 5 de junho de 2012
A revolução silenciosa do vento
Eólica procura complementar outras fontes de energia, diz presidente da Abeeólica
Hoje existem 71 parques
eólicos instalados no Brasil. Eles produzem 1.400 MW de energia. Há mais 55
parques em construção, que devem fornecer mais 1.500 MW. Parece pouco,
comparado ao que produz a hidrelétrica de Itaipu, que tem uma potência de 14
mil MW. Mas já supre as necessidades de 12 milhões de pessoas. "A
pretensão da eólica não é substituir os grandes projetos, e sim ser
complementar. Uma alternativa às termelétricas, mais poluentes, que entram em
operação nos horários de pico", diz Elbia Melo, presidente da Abeeólica. A
espanhola Iberdrola é uma das empresas que investem no Nordeste, região promissora
para a energia dos ventos. Além das empresas, as universidades também se
movimentam para dar sustentação técnica ao avanço dessa fonte. A Coppe-UFRJ
está estruturando o Centro de Tecnologia
Redução de custo reforça o potencial dos ventos
A energia eólica deixou de
ser considerada uma fonte alternativa e cara no Brasil, onde há um cenário de
franca expansão dessa matriz energética, apontada como uma das mais limpas.
Aliada às condições climáticas favoráveis., a redução dos custos de produção
tornou o setor atraente não apenas para as empresas que geram energia, mas
também para os grandes fabricantes globais de equipamentos eólicos, que
encontram no Brasil um mercado mais promissor do que outros consolidados, como
a Europa Ocidental. Para a presidente executiva da Abeeólica, Elbia Melo, a
questão ambiental, as condições favoráveis para o uso no Brasil e o fator
econômico, com o barateamento dos projetos, foram decisivos para a consolidação
do quadro positivo do setor no país. (Valor Econômico – 05.06.2012)