Atualmente, o mercado livre
corresponde a mais de 25% da demanda, de acordo com estimativas da CCEE. Mas
comercializadores e geradores, principalmente, pedem a ampliação desse
ambiente, com a mudança nos critérios para migração. O MME, porém, não dá
sinais de que pode ceder. Para o secretário-executivo da pasta, Márcio
Zimmermann, “o mercado livre passou por um processo de consolidação nos últimos
anos”, mas o atual tamanho do segmento “é uma proporção interessante”. A
reportagem também questionou o executivo do governo sobre a possibilidade de o
MME autorizar consumidores livres a venderem seus excedentes no mercado, o que
tem sido pleiteado pelos agentes há anos. A pasta chegou a discutir e preparar
uma minuta de resolução sobre o tema, mas o assunto está parado desde 2010.
Zimmermann, mais uma vez, não acenou com mudanças. “As comercializadoras têm
condições de atender o mercado”, rebateu. Zimmermann mediou uma painel sobre
energia renovável na Rio+20, na tarde desta do dia 14 de junho, quando
respondeu sobre o assunto. (Jornal da Energia – 14.06.2012)
Sexta, 15 de junho de 2012
MME não acena com mudanças no mercado livre
Artigo de Charles Lenzi (Abragel): “Ampliação do mercado livre: verdade, riscos e mitos”
Em artigo publicado no Valor
Econômico, Charles Lenzi, presidente da Abragel, afirma que por trás das
campanhas de ampliação do mercado livre escondem-se interesses comerciais, que
geraria apenas uma redução temporária nos preços e que embutiria graves riscos
no processo de migração de aquisição de energia elétrica do ambiente regulado
para o ambiente livre. Segundo Lenzi, a ampliação do mercado livre de energia
é, na realidade, uma proposta de beneficiamento exclusivo do produtor de
energia de grande porte, em detrimento dos consumidores e dos pequenos e médios
produtores de energia limpa e renovável, ambientalmente sustentável. De acordo com Lenzi, a Abragel se mantém
contra à ampliação do mercado livre, considerando a equivocada, sem
profundidade e não condizente com a postura de estímulo ao desenvolvimento das
fontes alternativas comprometidas com a sustentabilidade ambiental. Para ler o
texto na íntegra, clique aqui. (GESEL-IE-UFRJ –
15.06.2012)
ABRACEEL: Comercializador varejista pode aliviar pressão sobre estrutura da CCEE
O presidente executivo da
ABRACEEL, Reginaldo Medeiros, prevê que a criação da figura do comercializador
varejista de energia elétrica vai trazer um grande avanço para o mercado e para
a CCEE. A previsão tem razão de ser: segundo a CCEE, o número de consumidores
livres com contratos registrados na câmara
vai passar de 537 este ano para 591 no ano que vem, enquanto os
consumidores especiais devem aumentar de 638 em 2011 para 861 em 2013. Já o
total de contratos deve passar de 7,7 mil em janeiro último para cerca de 11
mil em janeiro do próximo ano. "Para a CCEE é bom porque o número de
consumidores vem crescendo muito", explica Medeiros. O aumento da presença
desses atores no ambiente de comercialização livre de fato tem gerado pressão
sobre a estrutura atual da câmara, conforme relatado em nota técnica da Aneel
que embasa a proposta de regulamento sobre
a comercialização varejista. Aberta dia 13 de junho, a audiência pública com a
minuta de resolução que define critérios e procedimentos para a atuação desse
tipo de agente dentro da Câmara de Comercialização será encerrada no próximo
dia 13 de julho. (Agência CanalEnergia – 14.06.2012)