O novo governo do Paraguai
nomeou na segunda-feira Franklin Rafael Boccia Romañach como o novo
diretor-geral paraguaio da usina hidrelétrica de Itaipu, no lugar de Efraín
Enríquez Gamón, informou a companhia binacional em seu site. No discurso de
posse, o novo diretor da usina compartilhada com o Brasil defendeu a redução da
venda de energia elétrica excedente aos brasileiros e o “uso pleno” dessa
energia em território paraguaio. “Não mais a venda de energia elétrica, embora
nos traga divisas. Utilização plena de nossa energia no Paraguai, gerando
indústria, postos de trabalho; energia elétrica para todos os níveis e todos os
setores”, afirmou o novo diretor nomeado pelo presidente Federico Franco, que
assumiu o cargo na sexta-feira após o impeachment do ex-mandatário Fernando
Lugo. Pelo acordo de Itaipu firmado entre Brasil e Paraguai, a energia gerada
pela usina é dividida em partes iguais pelos dois países. O acordo prevê que,
caso uma das nações não utilize sua parte integralmente, poderá vender o
excedente para o parceiro. Atualmente, o Paraguai consome somente 10% da
energia produzida por Itaipu e vende o excedente ao Brasil, que paga cerca de
US$ 360 milhões anuais por essa energia. (O Globo – 26.06.2012)
Terça, 26 de junho de 2012
Novo diretor paraguaio de Itaipu defende redução da venda de energia excedente ao Brasil
Lobão não vê possibilidade de interrupção no fornecimento de energia de Itaipu
O ministro de Minas e
Energia, Edison Lobão, disse nesta terça-feira que não vê possibilidade de
qualquer interrupção no fornecimento de energia da hidrelétrica de Itaipu para
o Brasil. Lobão ressaltou que a venda de energia da usina é regida por tratado
e só pode ser alterada pelos parlamentos do Paraguai e do Brasil. Numa hipótese
de haver qualquer mudança aprovada no parlamento paraguaio, ela seria vetada
pelo Congresso brasileiro, disse ele. Uma fonte da Casa Civil disse que a
presidente Dilma Rousseff e a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann,
que já foi diretora financeira de Itaipu, foram informadas da escolha do novo
diretor paraguaio da hidrelétrica pelo diretor-geral de Itaipu Binacional,
Jorge Samek. (O Globo – 26.06.2012)
Brasil quer ação política e descarta sanção econômica ao Paraguai
O governo brasileiro promete
uma reação "dura" ao impeachment de Fernando Lugo, por considerar que
houve ruptura do processo democrático no Paraguai, mas a presidente Dilma
Rousseff descarta sanções econômicas com reflexos sobre o comércio e sobre o
desembolso de financiamentos contratados, segundo apurou o Valor com
autoridades acompanham as discussões sobre o tema. Dilma quer isolar apenas
politicamente o Paraguai. Executivos de empresas brasileiras entraram em
contato com auxiliares da presidente, para pedir que evitasse medidas capazes
de afetar os negócios do Brasil no país. Deve ser arquivada uma proposta da
Argentina para aumentar as contribuições ao Focem - que recebe US$ 70 milhões
anuais do Brasil, além da doação específica de quase US$ 100 milhões ao ano
para a linha de transmissão de Itaipu. (Valor Econômico – 26.06.2012)