O fortalecimento do instrumento de intervenção em concessionárias do setor elétrico, regulado pela medida provisória 577, deve evitar que a Eletrobras tenha que assumir distribuidoras problemáticas como fez no passado. A MP permitiu que a Aneel decretasse intervenção em oito distribuidoras de energia do Grupo Rede Energia na sexta-feira passada. "A intervenção é uma medida que consolida ainda mais o setor de distribuição", disse o coordenador do GESEL/UFJR, Nivalde de Castro. "O Grupo Rede não tinha mais condição de recuperar essa sua perda de eficiência em função do nível de endividamento que se encontra, derivado de uma ação pouco eficiente por parte da holding", acrescentou. (Estado de S. Paulo – 05.09.2012)
Quarta, 5 de setembro de 2012
GESEL: intervenção de elétricas consolida o setor
GESEL: pela falta de experiência, J&F tem poucas chances na aquisição do Grupo Rede
O interesse demonstrado pela holding J&F no Grupo Rede Energia tem poucas chances de ser levado adiante. A avaliação é do coordenador do GESEL/UFRJ, Nivalde de Castro. O principal motivo para a descrença é a falta de experiência da companhia no setor elétrico e a situação que as distribuidoras do Grupo Rede enfrentam atualmente. Pelo momento econômico e financeiro das empresas do Grupo Rede, pela falta de qualidade dos serviços prestados e pelo próprio processo de intervenção, Nivalde diz que “certamente que o regulador dará preferência a empresas com tradição e capacidade de resolver os problemas". "Um grupo novo, sem nenhuma experiência... não parece que seria plausível que a Aneel, em uma comparação, aceitasse isso”, comenta Castro. “(O problema do Grupo Rede) é muito sério, obrigou o governo federal a lançar uma MP. Uma coisa é você comprar uma empresa que está bem e outra é você comprar uma empresa que está mal e não ter experiência”, pondera Castro. (Estado de S. Paulo – 05.09.2012 e Jornal da Energia – 04.09.2012)
Aneel está atenta a 'sobressalto’ em eventual entrada de J&F no setor
O diretor geral da Aneel, Nelson Hubner, disse hoje que o órgão regulador está atento ao eventual “risco de sobressalto” de novos investidores que não são do setor elétrico, mas que buscam o segmento. A declaração do diretor foi dada ao ser questionado sobre a eventual compra das distribuidoras do Grupo Rede pela J&F, holding que controla o frigorífico JBS. Hubner disse que ainda é difícil avaliar a operação neste momento. No entanto, afirmou que esse movimento do mercado demonstra o momento favorável do setor. Ele reconhece que, em alguns casos, a agência errou. Um deles ocorreu com o grupo Bertin, que teve dificuldade ao instalar as usinas adquiridas em leilão. O diretor da Aneel, Romeu Rufino, disse que a agência aguardará um novo posicionamento da Equatorial Energia sobre o interesse em assumir o controle da Celpa, distribuidora de energia endividada, que atende ao Estado do Pará. Segundo ele, é preciso saber se a empresa mantém a proposta de aquisição da concessionária mesmo com as novas exigências de ordem operacional feitas pela agência. (Valor Online – 04.09.2012)