Encerrada a polêmica adesão da Eletrobras à proposta do governo para renovar as concessões, a estatal terá que ser praticamente recriada para sobreviver à queda de sua geração de caixa. Existe uma quase unanimidade hoje sobre a necessidade de dividir os ativos e criar uma estrutura unificada, reunindo os ativos de transmissão, por exemplo, ou de distribuição, separando-os da holding, que tem uma quantidade exagerada de funcionários: 1,2 mil. A partir de 2013 a companhia terá que conviver com uma perda de aproximadamente R$ 9,6 bi em receitas, mas ainda continua carregando um peso morto que são as distribuidoras de energia federalizadas, e dívidas bilionárias. Manuel Jeremias Caldas, membro do conselho fiscal da Eletrobras, concorda com o diagnóstico. Pelos seus cálculos, depois das quatro grande geradoras da Eletrobras a transmissão é o segmento mais fácil de reunir. Ele calcula que a receita de transmissão das quatro, após a adesão, caia de R$ 5,6 bi para R$ 2,1 bi. E uma concentração dos ativos traria economia nas áreas administrativa-financeira e de manutenção. Caldas acham inevitável um programa de demissões na estatal. (Valor Econômico – 06.12.2012)
Quinta, 6 de dezembro de 2012
Eletrobras terá de reunir ativos por segmento
Eletrobras pode garantir dividendo de R$ 1,39 por ação, prevê UBS
O reconhecimento pelo governo federal de um maior valor residual para a Eletrobras, que reduzirá a baixa contábil de ativos nos resultados da estatal em 2012, pode significar que a companhia mantenha o pagamento de um dividendo mínimo prioritário de R$ 1,39 por ação, escreve a analista do UBS, Lilyanna Yang, em relatório. Há duas semanas, as expectativas eram que a estatal não pagasse nenhum dividendo. (Valor Online – 05.12.2012)
Cesp e Cemig vão resistir à devolução de hidrelétricas
A devolução das hidrelétricas da Cemig e Cesp para a União não será pacífica e há grandes possibilidades de que a queda de braço termine nos tribunais. O diretor de finanças e relação com investidores da estatal mineira, Luiz Fernando Rolla, dá como certo que a empresa terá de levar à Justiça a disputa com o governo federal envolvendo três de suas maiores hidrelétricas. O secretário de Energia do Estado de SP, José Aníbal criticou o "tom de ameaça" do governo federal, a quem acusa de atos "temerários e autocráticos". A Cemig tem, segundo Rolla, segurança de que nos tribunais sairá vitoriosa na disputa. Mas já se movimenta para expandir sua capacidade de geração e garantir os contratos de fornecimento que tem com diversos clientes. A companhia decidiu não aceitar a proposta do governo de renovação da concessão de 21 de suas 65 hidrelétricas, por considerar insustentável um novo contrato nas condições oferecidas. (Valor Econômico – 06.12.2012)