A decisão das estatais Cesp, Cemig e Copel de rejeitar a renovação das concessões na área de geração pode anular uma pequena parte do alívio esperado nas contas de energia elétrica, segundo economistas, mas não é motivo para revisões em estimativas para a alta do IPCA em 2013. Desde o anúncio do corte nas tarifas, analistas já previam reajustes periódicos de empresas do setor em seus preços, que acabariam por mitigar parte das desonerações. Além disso, há a percepção de que boa parcela da queda de 16% para o consumidor residencial está garantida pelo governo. "Uma coisa é o preço final cair com reduções de encargos, outra é os reajustes que essas companhias fazem em suas tarifas", diz Fabio Romão, da LCA Consultores, que lembra os aumentos anuais nos preços de energia para compensar a inflação, variações cambiais, gastos com termelétricas e outros fatores. Levando em conta esse impacto de alta, Romão calculou inicialmente que a diminuição final nas tarifas residenciais seria de 12,6%. Com as três estatais fora das novas regras, estima o economista, o corte para consumidores de baixa tensão será pouco menor que o antecipado, de 11,6%. (Valor Econômico – 06.12.2012)
Quinta, 6 de dezembro de 2012
Decisão de estatais de rejeitar revisão de contratos não terá impacto na inflação
Desafio é elevar a competitividade, afirma Dilma
Em um esforço para tentar resgatar a confiança do empresariado, a presidente Dilma Rousseff afirmou ontem que algumas das medidas de estímulo à economia adotadas pelo governo durante o ano ainda surtirão o efeito esperado. Dilma reafirmou o compromisso de sua administração com a redução dos preços da energia elétrica, sinalizando que o governo usará recursos do Orçamento para garantir uma maior competitividade do Brasil. A presidente também demonstrou estar decidida a agilizar a aprovação e reduzir a burocracia para a liberação de financiamentos ao setor, e instou a indústria a elevar os investimentos no país. Dilma aproveitou para fazer um balanço da sua administração. Reconheceu que o desempenho da indústria em 2012 foi "bastante precário". Ponderou, por outro lado, que o setor vem se recuperando e o crescimento industrial terá de ser muito mais "pujante" nos próximos meses e anos. Para isso ocorrer de forma efetiva, destacou a presidente, a indústria terá de investir mais. (Valor Econômico – 06.12.2012)