Durante entrevista concedida ao canal Globo News, o professor Nivalde de Castro, coordenador do GESEL/UFRJ foi questionado sobre o nível dos reservatórios, os reais perigos de desabastecimento no país e a sua relação com o crescimento do PIB. Para Nivalde, apesar de a matriz hidrelétrica possuir vantagens no mercado mundial, existem sim períodos atípicos como esse, que necessita ser suprido pela energia termoelétrica, como vem sendo feito pelo governo. Segundo o especialista não é possível afirmar se ocorrerá racionamento, pois é o inicio do período úmido, ou seja, resta torcer para que chova. Quando questionado sobre a MP 579, Castro afirma que foi uma mudança estrutural, não conjuntural e que com certeza reduzirá os custos, pelo menos em longo prazo. Nivalde encerra defendendo a criação de leiloes de energia por fonte e por região para garantir a demanda energética brasileira. Para assistir a entrevista na íntegra, clique aqui. (GESEL-IE-UFRJ – 08.01.2013)
Terça, 8 de janeiro de 2013
GESEL: Entrevista com Nivalde de Castro na Globo News
Ameaça à redução da tarifa
Os riscos de um racionamento e a consequente alta dos preços da energia no mercado livre colocam em xeque o corte de 16% nas tarifas de energia prometido pelo governo para este ano, segundo analistas e associação do setor. Em relatório, o banco BTG Pactual estimou que o uso das usinas térmicas - movidas a óleo diesel, gás e carvão, por exemplo, pode provocar um impacto de 14% no preço da energia. Esse impacto seria repassado nos reajustes de tarifas de energia em meados do ano e praticamente eliminaria os benefícios do corte planejado pelo governo. Isso pode afetar o preço de energia, torná-la menos barata do que o governo gostaria - avalia Hersz Ferman, gestor de renda variável da Yield Capital. Segundo o banco, o Encargo de Serviço do Sistema (ESS), uma cobrança relacionada aos custos de geração de energia termelétrica, podem subir dos R$ 2,2 bilhões registrados em 2012 para R$ 5 bilhões este ano, afetando as tarifas de energia no país. (O Globo – 08.01.2013)
Desconto nas contas de luz está garantido, diz governo
Apesar de o próprio governo já admitir que o custo do uso acentuado das usinas térmicas será repassado aos consumidores, o secretário executivo do MME, Márcio Zimmermann, disse, nesta terça-feira, que o gasto com essas usinas não compromete o desconto de 20% nas contas de luz, a partir deste ano. "A redução de 20% é estrutural, enquanto o gasto com as térmicas é conjuntural. Não podemos misturar uma coisa com a outra", afirmou. Na segunda-feira (07) em entrevista à TV Globo, o ministro Edison Lobão disse que o impacto do uso em grande escala das térmicas seria de cerca R$ 400 milhões por mês, ou menos de 1% de impacto para os consumidores. Mas analistas de mercado projetam impactos maiores. Zimmermann falou ainda que o País não corre o risco de passar por um novo período de racionamento de energia. "Em 2001 o problema era a falta de usinas, e hoje não temos esse problema. As usinas térmicas entram nos leilões de energia para serem usadas quando houver necessidade. Essa é uma característica do nosso sistema", disse. (Estado de S. Paulo – 08.01.2013)