O coordenador do GESEL/UFRJ, professor Nivalde de Castro, defendeu nesta quinta-feira a proposta em estudo pelo MME de acionar permanentemente as termelétricas a gás natural e carvão. Segundo o especialista, como o consumo de energia continua crescendo e as novas hidrelétricas construídas não possuem reservatórios de regularização, o uso das termelétricas será cada vez mais importante. “Estamos evoluindo para uma matriz cada vez mais hidro-térmica. A capacidade de regularização dos reservatórios hoje é insuficiente para gerar energia no período úmido. As usinas do rio Madeira, que estão entrando agora, são a fio d’água [sem grandes reservatórios]. E, para complementar, a termelétrica é a fonte mais segura de todas”, afirmou o professor. Para o coordenador do GESEL/UFRJ, a decisão de acionar permanentemente as termelétricas vai demandar mudanças estruturais nos modelos utilizados para operação do sistema. Isso porque os modelos atuais, baseados no programa “Newave”, consideram a operação das usinas pela ordem de custo crescente, em que as térmicas são as mais caras. (Valor Online – 10.01.2013)
Sexta, 11 de janeiro de 2013
GESEL: Nivalde de Castro defende operação permanente das termelétricas
Governo estuda usar energia de termelétricas permanentemente
A falta de represamento significativo de água nas grandes usinas hidrelétricas em construção no país — como Jirau e Santo Antônio, no rio Madeira (AC); e Belo Monte, no rio Xingu (PA) — tem reduzido cada vez mais a capacidade de regularização dos reservatórios e, inversamente, elevado a participação de usinas térmicas na geração de energia. Esta constatação está na ata da reunião do CMSE realizada em dezembro. Nesse cenário, “passa a ser natural a utilização de geração térmica”, aponta o texto. Por pressões ambientais, as últimas grandes hidrelétricas têm sido construídas pelo modelo fio d'água, com reservatórios pequenos ou até sem eles. A avaliação do CMSE corrobora a possibilidade de as usinas termelétricas com combustíveis mais caros, como óleo diesel, não serem completamente desligadas em abril, quando termina o período de chuvas. Essas usinas, até hoje usadas em caráter emergencial, deverão ser mantidas ligadas ao longo de 2013 para manter um nível mais confortável de água nos reservatórios, mesmo que chova muito ainda. (O Globo – 10.01.2013)
Aneel e ONS divergem sobre entrada de novas térmicas em 2013
Para o diretor-geral do ONS, Hermes Chipp, até o final de abril de 2013, serão agregados à matriz elétrica nacional mais 3 mil MW de usinas termelétricas. A informação foi repetida inúmeras vezes pelo executivo na última quarta-feira, 9 de janeiro. Contudo, para os técnicos da Aneel que verificam o andamento das obras de geração pelo país, este número não deverá ultrapassar os 1.576 MW no decorrer do ano. Deste total, 453 MW são de projetos de usinas a biomassa, que não têm a mesma confiabilidade de suprimento ininterrupto como o restante dos projetos de térmicas a óleo e carvão. Os projetos da lista da Aneel que entrarão em operação ao longo deste ano são as usinas a óleo de Maranhão IV e V, com 337 MW cada uma, e a planta a carvão de Porto Pecém II (PE - 360 MW), todas da MPX. Outros sete projetos a biomassa também devem começar a gerar energia em 2013. (Agência CanalEnergia – 10.01.2013)