O governo prepara mudanças na forma de repasse do custo de acionamento das usinas térmicas para não onerar demais as contas de luz - principalmente residenciais - em 2014. "Estamos trabalhando em um mecanismo para mitigar isso", disse o presidente da EPE, Maurício Tolmasquim. Hoje, a maior parte dos custos é arcada pelos consumidores, por meio de encargos. As distribuidoras de energia bancam o gasto adicional, e depois são autorizadas a repassar essa despesa, nos reajustes anuais de tarifas. No mercado, já se fala em impacto de pelo menos 7% nas contas de luz, caso as térmicas permaneçam ligadas a plena carga, durante todo o ano, como agora, a fim de economizar água dos reservatórios. O repasse integral às tarifas residenciais só ocorreria em 2014, minando boa parte da redução anunciada em janeiro. Uma ideia é jogar parte maior do custo pelo acionamento das térmicas a consumidores livres, que estão descobertos por contratos de longo prazo e recorrem com frequência ao mercado spot. "Mas não vamos jogar [a conta] só para o mercado de curto prazo." (Valor Econômico – 27.02.2013)
Quarta, 27 de fevereiro de 2013
Repasse de custo do uso de térmicas vai mudar
Tesouro ainda não definiu aporte para segurar reajuste de energia
Depois de confirmar reportagem do Broadcast, de que o Tesouro Nacional deverá fazer um aporte para compensar o aumento do custo da energia em função do uso maior de usinas termoelétricas, o secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, destacou que a medida tem impacto na inflação. Segundo ele, não há definição sobre o tamanho do aporte. Ele confirmou que a medida será feita pela CDE "Estamos construindo equações financeiras dependendo de cada caso. O que for necessário, o Tesouro vai participar, mas não há nada a anunciar neste momento", afirmou. Segundo Augustin, com essa variável de ajuste do Tesouro, a redução do custo de energia anunciada pela presidente Dilma Rousseff será mantida. Ele acrescentou: "Vamos manter essa participação e com isso permitir que essa redução estratégica possa ter os efeitos esperados, que é fazer o Brasil crescer mais, ter maior exportação e a economia se beneficiar de custo menores. Melhora a competitividade", afirmou. (O Estado de S. Paulo – 26.02.2013)
Governo discute pedido das distribuidoras
O governo estuda medidas para ajudar as distribuidoras de energia elétrica a enfrentar o descasamento no fluxo de caixa devido ao aumento de custos provocado pelo maior uso de usinas térmicas neste começo de ano. O secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa, disse que "o governo está analisando o pleito das distribuidoras, mas não tem uma solução fechada". Segundo Barbosa, as elétricas estão com um “problema de gerenciamento de caixa, porque têm pagamento a ser feito e só vão receber mais para frente”. Essa situação resulta “momentaneamente” em um desequilíbrio para algumas distribuidoras, “porque aumenta a necessidade de financiamento de capital de giro delas no curto prazo”. (Valor Econômico – 27.02.2013)