A suspensão das liquidações financeiras do mercado de energia de curto prazo em janeiro atrasa o repasse de recursos que pagam a geração termelétrica atualmente acionada para garantir o fornecimento de energia ao país, afirmam fontes do mercado. A Aneel manteve na terça-feira a suspensão das operações de janeiro, atendendo recurso apresentado pela Eletrobras, e abriu audiência pública até 22 de março sobre a sazonalização de garantias físicas feitas por geradoras em janeiro e fevereiro. Os recursos para a geração termelétrica são arrecadados pelo Encargo de Serviços ao Sistema (ESS) mensalmente e repassados para os geradores térmicos. Com a manutenção da suspensão das operações de curto prazo, não será possível realizar a liquidação de janeiro antes de maio, postergando o repasse do ESS para remunerar a geração termelétrica, disse a fonte. Além disso, a postergação da liquidação de janeiro tende a afetar as liquidações subsequentes. "Todos os agentes credores nesse mês estariam privados de parte importante de sua receita...é conveniente lembrar, como exemplo, agentes de geração que efetuaram compra de combustível para honrar sua ordem de despacho não teriam ressarcimento pelos gastos", dizem os superintendentes da Aneel. (O Estado de S. Paulo – 13.03.2013)
Quinta, 14 de março de 2013
Suspensão de liquidação no mercado de energia afeta termelétricas
Perdas das geradoras
O diretor-geral da Aneel, Nelson Hubner, disse na terça-feira que o movimento de alguns agentes de elevar as estimativas de lastro de energia no começo do ano para aproveitar os elevados preços do mercado de curto prazo (causado pelo uso das térmicas) poderia levar a um prejuízo de cerca de 1 bilhão de reais aos consumidores. Essa situação em janeiro ainda teria levado a uma perda de 600 milhões de reais referente à hidrelétrica Itaipu e que recai sobre a Eletrobras, em um primeiro momento, segundo informações do presidente da associação dos produtores independentes de energia (Apine), Luiz Fernando Vianna. Outras geradoras ganharam com a sazonalização de janeiro. A fonte do mercado informou que as principais ganhadoras foram estatais Cemig (MG), Cesp (SP) e Copel (PR). Furnas, da Eletrobras, também saiu como credora. A Apine considera que apesar de algumas empresas geradoras terem tido perdas em janeiro diante da sazonalização, é possível recuperar isso ao longo do ano. "Somos a favor da manutenção das regras", disse o presidente Vianna, ao se colocar contra a suspensão, conforme pedido pela Eletrobras. (O Estado de S. Paulo – 13.03.2013)
Geradores reagem negativamente à resolução
A mudança no cálculo do PLD, prevista na resolução do CNPE da última sexta-feira e que determina o rateamento do custo do despacho térmico por todos os agentes do setor elétrico, desagradou os geradores. Com as novas regras, o grupo passará a pagar, já em abril, parte dos encargos que antes eram cobertos exclusivamente pelos consumidores, o que pode trazer impactos sobre os próximos leilões de energia.Isso porque uma das prováveis consequências da nova medida é o aumento da percepção de risco por parte do investidor, que entende a mudança como falta de estabilidade regulatória. As geradoras defendem que isso pode elevar o preço das próximas licitações. O presidente da EPE, Maurício Tolmasquim, admitiu em entrevista ao Energia Hoje, que os geradores têm reagido negativamente à resolução. A Abrage mesmo disse, em comunicado, que se reuniu com o CMSE um dia antes da publicação do decreto, quando alertou ao Conselho sobre a impropriedade de imputar aos geradores o custo adicional decorrente do acionamento de usinas termelétricas despachadas fora da ordem de mérito. (EnergiaHoje – 13.03.2013)