Sem saída, muitas usinas do setor sucroalcooleiro recorreram à recuperação judicial para evitar a falência. Para analistas ouvidos pelo Valor, essa medida nem sempre se mostra a mais eficiente, uma vez que as linhas de crédito ficam ainda mais restritas para essas usinas. O grupo João Lyra, de Alagoas, teve seu plano de recuperação judicial aprovado em junho e agora promove um amplo processo de reestruturação, afirma Arnoldo Wald Filho, advogado que acompanha o caso da usina, do escritório Wald & Associados. Com dívidas declaradas de R$ 815 milhões e receita de cerca de R$ 610 milhões (safra 2006/07), o grupo alagoano construiu duas usinas no Triângulo Mineiro, que viraram alvo de cobiça no mercado. Uma delas chegou a ser negociada para a trading Alcotra, uma das credoras da usina. Mas o negócio não foi levado adiante porque outro credor barrou a aquisição. "O grupo não pretende se desfazer de seus ativos", diz Wald. Outras duas usinas entraram com pedido de recuperação judicial no Nordeste: Bom Jesus, da família Pragana, e Una, controlada por três sócios, ambas em Pernambuco. As empresas ainda aguardam as assembleias de credores, marcadas para outubro, para saber o veredicto em relação ao plano apresentado. Tanto a Una quanto a Bom Jesus relatam em seus processos que começaram a enfrentar problemas quando os bancos passaram a se negar a fornecer crédito para capital de giro, a partir da crise financeira mundial no ano passado. (Valor Econômico - 20.07.2009)
Segunda, 20 de julho de 2009
Reestruturação vira saída para superar a crise
Trackbacks
URI específica do trackback para este artigo
Nenhum Trackbacks
Comentários
Exibir comentários como
(Seqüencial | Discussão)
O autor não autorizou comentários para este artigo